São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil quer ampliar acordo antiarmas

País poderia punir traficantes americanos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça pretende anunciar em breve um novo acordo com os Estados Unidos para coibir o contrabando de armas para o Brasil.
Depois de comemorar o acordo que levou os americanos a suspender as licenças de exportação de armas de fogo para o Paraguai, uma das principais vias de entrada dos armamentos no Brasil, o governo brasileiro quer evitar o contrabando que vem diretamente de Miami.
O objetivo é firmar um compromisso para que, quando forem apreendidas armas ilegais no Brasil, o contrabandista e o comerciante possam ser punidos pela Justiça brasileira.
As negociações entre os dois países já começaram e o acordo pode sair ainda este ano. Como no caso das exportações para o Paraguai, o governo americano deve sofrer pressões contrárias dos exportadores de armas.
O ministro Nelson Jobim (Justiça) afirmou ontem que a decisão do governo norte-americano de suspender as licenças de exportação de armas e munição para o Paraguai "é vital para o combate à violência no Brasil".
"A proibição da venda de armas dos EUA para o Paraguai não atinge o delinquente em si, mas reduz a infra-estrutura do processo de violência."
Segundo o Ministério da Justiça, 70% das armas ilegais apreendidas no Brasil entram no país pelo Paraguai. "Se nós tivermos uma redução ou eliminação da origem dessas armas, evidentemente que o fluxo delas no Brasil desaparecerá", disse Jobim.
O ministro afirmou que é muito importante que o país adote outras medidas paralelas para reduzir o volume de armas contrabandeadas.
Uma delas é a aprovação pelo Senado do projeto de lei sobre tiro de destruição, que permite que aviões com armas contrabandeados sejam abatidos ao entrarem em território nacional.

Texto Anterior: Contrabando de armas deve crescer no MS
Próximo Texto: Secretários fazem reclamação a Jobim
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.