São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Guilherme Santana defende a municipalização da polícia

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-corregedor da Polícia Civil de São Paulo, Guilherme Santana, 57, acredita que na Câmara Municipal vai poder atuar contra a corrupção sem que alguém o mande "tapar a boca".
O candidato do PDT, que trabalhou 18 anos na corregedoria, defende a municipalização da polícia.
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Folha - Por que o sr. deixou a polícia para ocupar uma cadeira na Câmara Municipal?
Guilherme Santana -Na Câmara, continuarei o meu trabalho contra a corrupção e as irregularidades, sem que ninguém possa me mandar tapar a boca.
Folha - Que tipo de projeto o sr. pretende apresentar?
Santana -Quero acabar com todos os privilégios de autoridades. Hoje, o vereador tem direito à exclusão de determinados crimes, como o crime de opinião. Além disso, tem carros e motoristas à sua disposição.
Isso é uma aberração. Acho que a Câmara poderia ter três ou quatro carros para ocasiões especiais, em que o poder precise ser representado, mas não pode manter essa infra-estrutura.
Folha - E sobre a questão da segurança?
Santana - Acho que o município tem que lutar para modificar a Constituição no sentido de municipalizar parte dos organismos de segurança. Os bombeiros e o policiamento fardado, por exemplo, poderiam deixar de ser estaduais.
A Guarda Civil Metropolitana tem que cuidar do patrimônio do cidadão. Entendo que deva existir um corpo de militares, subordinado ao Estado, para situações emergenciais. Mas todo o resto deve ser matéria do município. Afinal, é a prefeitura quem administra a cidade. Isso deveria valer para cidades com mais de 200 mil habitantes.
Folha - Quais as outras áreas em que o sr. pretende atuar?
Santana -Pretendo lutar pela educação. Fiscalizarei a aplicação dos 20% da renda do município nessa área, como prevê a lei.
(RG)

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