São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Bibi' e Arafat devem se reunir hoje

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu, anunciou na noite de ontem que, resistindo à pressão internacional e da oposição israelense, vai manter aberto o túnel sob a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém.
Ele avaliou junto a seu gabinete que, "se Israel ceder na questão do túnel, outras crises seguirão".
Após reunião, o gabinete israelense pediu que a Autoridade Nacional Palestina "pare com o incitamento". A declaração oficial também afirmou que os policiais palestinos, ao atirar, violaram os acordos de paz existentes.
Membros mais radicais do governo, como o ministro da Segurança Interna, Avigdor Kahalani, disseram que a política israelense com os palestinos deve endurecer.
É a pior crise nos cem dias de governo de Netanyahu. Ela forçou-o a antecipar o final de sua viagem à Europa. Na manhã de ontem, ele embarcou de volta e, ainda no avião, telefonou para o presidente da ANP, Iasser Arafat, para pedir uma reunião de emergência.
"Pouse primeiro, depois decidirei", foi a resposta, segundo a TV israelense. Nos três primeiros meses do governo, Netanyahu evitou encontrar-se com Arafat.
O palestino queria discutir uma solução para a crise ainda ontem, mas a reunião acabou ficando provavelmente para hoje.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak (que costuma atuar como uma espécie de mediador local entre Israel e os palestinos), propôs à tarde uma reunião tríplice, que deve acontecer hoje de manhã no Cairo (Egito). Até a noite de ontem, o encontro só havia sido confirmado pelos palestinos.
A imprensa israelense relatou rumores de que Netanyahu estaria disposto a convidar o ex-premiê Shimon Peres para formar um governo de união nacional.
Arafat
O líder palestino considerou os choques dos últimos dois dias "um verdadeiro massacre contra o povo palestino".
Arafat falou durante visita a feridos nos confrontos, em hospital da faixa de Gaza. Assim como acontece com Netanyahu, os recentes choques são os mais graves incidentes desde a instituição do governo de Arafat nas cidades da Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Um assessor disse que a posição de Arafat "é simples". "Estamos pedindo a Netanyahu apenas que implemente os acordos, comece a retirada de Hebron e feche o túnel", disse Nabil Abi Rdainah, conselheiro do presidente da ANP.

Texto Anterior: Israel enfrenta nova intifada com a morte de 50 pessoas
Próximo Texto: Volta o conflito, agora com armas dos dois lados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.