São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Governador do Rio anuncia operação de desarme na Baixada Fluminense

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Rio prometeu fazer hoje e amanhã uma operação de desarmamento no município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde o prefeito Mair Rosa (PMDB) foi baleado no braço esquerdo na noite da última quinta-feira, depois de deixar um comitê de campanha do seu candidato, Renato de Jesus (PSDB).
Segundo o governador Marcello Alencar, o atentado -mais um na campanha local, durante a qual duas pessoas foram mortas- não justifica pedido de ajuda às Forças Armadas (leia texto ao lado).
"Quem conhece a política de Belford Roxo sabe que estes confrontos vêm de longe, são disputas muito locais", afirmou Alencar.
O antecessor de Rosa, Jorge Júlio dos Santos, o Joca, morreu assassinado em 1995, durante um suposto assalto.
O município é conhecido como área de atuação de grupos de extermínio e de política violenta.
O chefe de gabinete de Rosa, Rosival Romilson de Sousa, disse que o prefeito foi atacado quando dirigia sua camionete na rua José Mariano dos Passos, no centro, depois de deixar o comitê eleitoral.
Ele estava sozinho, por volta de 23h20, quando dois homens em uma motocicleta emparelharam com o veículo.
"Um deles chegou a dizer: 'Oi, prefeito' ", contou Sousa à Folha. "Quando o prefeito levantou o braço esquerdo para acenar, um deles começou a atirar."
Ferido no braço esquerdo, Rosa se abaixou e se esquivou dos outros tiros, que acertaram lataria e vidros do veículo. O carro bateu num muro. Os pistoleiros fugiram.
O delegado-titular da 54ª DP, Nilton Gama, disse que só trabalha com a hipótese de crime político para investigar o atentado.
Ontem, ele tomou o depoimento de Reinaldo Gandra, ex-candidato a vice-prefeito ma chapa de Maria Lúcia Santos (PPB), que negou envolvimento no caso.
Gandra renunciou à candidatura depois que Rosa divulgou gravações de conversas em que Gandra dizia que Maria Lúcia -viúva de Joca- era "manipulável".

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