São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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TERRA À VISTA

São surpreendentes alguns dos resultados obtidos na avaliação feita em abril pela Secretaria de Estado da Educação nas 5.891 escolas estaduais, envolvendo 1 milhão de alunos de 3ª e 7ª séries, se forem comparados aos que se registraram entre os 2.368 alunos de 23 escolas particulares, que também foram submetidos à mesma avaliação.
Considerando apenas as cem escolas da rede pública que obtiveram melhor desempenho, os alunos de 3ª série acertaram, em média, 89% da prova de língua portuguesa e 84% da de matemática, contra as médias de 90% e 89% de acerto, respectivamente, nas instituições privadas. E, mesmo em relação aos alunos de 7ª série, que foram avaliados também em redação, ciências, história e geografia, não se registra uma diferença muito significativa entre os desempenhos das duas redes.
Outra surpresa: apenas 2% dessas cem escolas estaduais estão na capital. Mantendo relações mais estreitas com a comunidade, as escolas do interior aparentemente propiciam uma desejável participação de pais e professores na vida escolar dos alunos, agilizando as intervenções que se fizerem necessárias.
Ainda que referentes a um universo seleto das escolas estaduais e limitadas a apenas duas séries, essas percentagens são inesperadas, tanto em valores absolutos quanto relativos. Há exceções no sistema, o que é auspicioso. Mas os desafios continuam sendo grandes, sobretudo em relação ao ensino noturno, aos elevados índices de repetência e evasão, e à qualificação dos professores.
Por isso mesmo, diagnósticos como os realizados pelas avaliações seriadas representam um importante instrumento de trabalho para administradores e educadores. Ao mesmo tempo em que dimensionam o tamanho dos problemas, os dados indicam quais instituições deverão receber cuidados especiais. E esse já é um bom começo.

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