São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996 |
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Creche combate desnutrição
FERNANDO ROSSETTI
A defesa de creches para a população carente é feita no país desde as primeiras décadas deste século. O principal argumento é a liberação da mulher para o trabalho -o que aumenta a renda da família e iguala mulheres e homens. A tese de Marina Vieira da Silva, 36 (leia Sumário), traz novos argumentos em favor das creches. Em sua pesquisa, Marina trabalhou com 257 estudantes de 7 a 14 anos de escolas públicas de Americana, uma cidade razoavelmente rica do interior paulista. Avaliou a merenda oferecida a eles na escola e se as crianças estavam desnutridas ou sofriam de desnutrição crônica. Observou que, entre os alunos que haviam frequentado creches, havia uma taxa de 11% de crianças com estatura menor do que o esperado para sua idade. Entre as crianças que não frequentaram creches, essa taxa sobe para 25%. Para uma família com renda per capita abaixo de R$ 50 por mês, o risco da criança que não vai à creche sofrer de desnutrição crônica é 2,4 vezes maior do que o de uma que é atendida na creche. "Frequentemente, os programas nutricionais, como a merenda escolar, que envolvem elevado montante de recursos, destinam-se à crianças mais velhas", afirma Marina. "Mas meu trabalho mostra que é muito importante voltar esses programas também para as crianças mais novas. É nos primeiros anos de vida que a desnutrição mais atinge o seu desenvolvimento." (FR) Texto Anterior: Gasto na educação escolar Próximo Texto: Perda de postagem pode ser indenizada Índice |
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