São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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Bienal termina em Lyon com exaltação do folclore brasileiro

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LYON

Após uma maratona de 18 dias, em que 82.559 espectadores assistiram a 106 espetáculos de 48 grupos, entre populares e eruditos, a 7ª Bienal da Dança de Lyon (França) se encerrou ontem festejando o sucesso.
Se, de início, a escolha do Brasil como tema deste evento internacional soava como uma ousadia de Guy Darmet, diretor artístico da Bienal, constata-se agora que os artistas brasileiros souberam dar conta do recado e deixar uma imagem positiva na Europa.
Como é normal, o lado folclórico tocou mais fundo a emoção dos franceses. O desfile de escolas de carnaval pelas ruas de Lyon somado ao show "Aquarela do Brasil" e às apresentações super-lotadas do Balé Folclórico da Bahia tiveram mais apelo popular e maior destaque na mídia.
No entanto a dança brasileira como um todo ganhou uma visibilidade até então inédita. Funcionando como uma grande vitrine, a Bienal de Lyon recebeu cobertura jornalística de 225 profissionais da imprensa escrita internacional, 34 do rádio e de 11 canais de televisão europeus.
Para coreógrafos independentes que transitam no circuito alternativo e são quase desconhecidos no Brasil, a Bienal transformou-se em porta de entrada para um aceleramento em suas carreiras.
A este círculo pertencem Fernando Lee e Marcia Milhazes, que brilharam em Lyon.
Falta, agora, se estabelecer no Brasil uma política cultural competente, para que expressões como a dança não precisem de iniciativas estrangeiras para ganhar atenção em seu próprio país.

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