São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
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Colisão entre trem e ônibus fere 35
SERGIO TORRES; CRISTINA RIGITANO
Todos os feridos eram passageiros do ônibus, atingido em cheio na passagem de nível existente na entrada do distrito de Itacuruçá. Foi o primeiro acidente com vítimas no Estado do Rio desde a privatização da Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal, em setembro passado. Passageiros e testemunhas responsabilizaram o motorista do ônibus, Sidemil Rodrigues do Nascimento, 42. O ônibus ia de Itacuruçá para Duque de Caxias (Baixada Fluminense). Nascimento assumiu sua "parcela de culpa", mas reclamou que a sinalização da passagem de nível não funcionava. "Tenho culpa porque o condutor tem sempre culpa. Praticamente parei antes de atravessar a linha. Olhei para os dois lados, não vi nada e fui. Se o sinal funcionasse, não tinha acontecido." Na locomotiva, que fazia serviços de manutenção da ferrovia, viajavam o maquinista Inaldo de Melo, 41, e o mecânico Clarindo Santiago, 35. Nenhum se feriu. Melo acusou o motorista do ônibus de ter atravessado na frente da locomotiva, ultrapassando quatro carros que aguardavam a vez de passar. "Eu vinha buzinando, tocando o sino e de farol aceso. Sorte é que vinha a menos de 10 km/h", disse Melo. A versão do maquinista foi confirmada por passageiros. "Foi imprudência do motorista. Todo mundo ouviu a buzina e tinha até carro parado na frente ônibus", disse a cantora Patrícia Oliveira da Silva, 21, que sofreu luxação no ombro direito. A dona-de-casa Vera Regina Pereira Siqueira, 39, teve cortes no rosto, braço esquerdo e pernas. "Com a batida, voei longe. Só queria salvar as crianças (os filhos Diego, 11, e Tiago, 8, que não se machucaram)." Carros particulares e da Marinha levaram os feridos para hospitais em Mangaratiba e Itaguaí. A empresa MRS Logística, que administra a Malha Sudeste, informou que não indenizará as vítimas, por entender que não teve culpa no acidente. A viação Mangaratiba, dona do ônibus, poderá ser processada pela MRS. "O acidente foi péssimo para a imagem da empresa", disse o superintendente de Produção, Rinaldo Bastos. Colaborou Cristina Rigitano Texto Anterior: Falta de sangue adia cirurgias em SP Próximo Texto: Choque matou 15 e feriu 39 pessoas em 96 Índice |
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