São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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DEPOIMENTO 2

"Casei-me com um homem alto, forte, bonito e machista, do tipo que batia na mesa se não tinha toalha quando a pizza chegava. Por isso, quando descobri que ele me traía, há quatro anos, quis dá-lo de presente para a primeira que passasse. Dizia: 'Pode levar.'
Na época, fiquei revoltada. Eu dando duro em casa, e ele com alguém que só precisava pintar a unha de vermelho, segurar um copo de uísque e rir.
Continuei casada, mas resolvi que teria a minha vida. Saía à noite e não dizia a que horas voltaria. Não me envolvi com ninguém, porque tive medo de pegar outro abacaxi.
Meu ressentimento durou três anos, mas até hoje ainda tenho recaídas. Comecei a relevar o procedimento dele, quando percebi que não havia um pingo de sentimento na relação com as outras.
Ele amadureceu, também, depois de levar umas lambadas da vida. Ficou desempregado durante um ano. Naquela época, se eu bobeasse, ia ter que pagar pensão para ele. Hoje em dia, depois daquele precedente de traição, eu estou num ponto em que tanto faz. Se ele fizer bem feito, sem eu ver, tudo ok.
Mara Minioli, 41, é coordenadora de eventos.

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