São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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Tanga de crochê fica em alta, apesar de cair

PRISCILA LAMBERT
ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL NORTE

Biquínis, bustiês e minissaias de crochê resistem ao desconforto e marcam posição como a grande moda nas praias de São Paulo.
"Uso porque é bonito. Mas não é prático e muito menos confortável", diz a estudante Tatiana Menezes, 18, que passa férias em Maresias (litoral norte de São Paulo).
A falta de maleabilidade e o peso das peças -indicados como os maiores defeitos- não são motivo para aposentá-las.
As roupas e os biquínis, segundo algumas usuárias, caem bem no corpo e fogem do tradicional -apesar de já serem considerados "carne de vaca" por mulheres que não aderiram à moda.
A fotógrafa Soreh Meyer, 26, aderiu à moda, mas não está totalmente satisfeita. Ela diz que a sensação, ao sair do mar, é de que as peças estão duras e vão cair, tamanho o peso do biquíni molhado.
"Prefiro os de lycra porque modelam mais o seio e se ajeitam melhor ao corpo", diz. "Mas não vou deixar de usar os de crochê por causa disso."
Esses biquínis, segundo grande parte das usuárias, são mais usados por quem quer apenas tomar sol ou passear pela praia à tarde. "Eles são para ser apreciados. Não entro no mar vestindo um biquíni de crochê", diz a estudante Rosiley Lopes, 20.
Já a secretária Patrícia Caetano, 22, diz ter se adaptado perfeitamente à nova moda. "Acho o biquíni confortável e bonito. Lavei várias vezes e nunca tive problemas de soltar fio ou esgarçar."
A moda também pegou com força na família da estudante Laura Rezende Garcia, 19, e sua prima Lilian Rezende, que passam férias em Maresias. A tia delas fez um bustiê de crochê para Lilian, que resolveu aprender e está fazendo uma saia. "Quero terminar logo para usar ainda neste verão."
Já Laura, apesar de apontar vários inconvenientes, não deixa de usar seu biquíni de crochê. Segundo ela, o biquíni demora o dobro do tempo para secar e fica com um cheiro desagradável.
"Além disso, eu uso biquíni durante todo o dia e percebi que o crochê deixa minha virilha 'assada"', afirma. "Mas é bonito e estou me adaptando."
Os bustiês e as minissaias não levam muita vantagem em relação aos biquínis. No quesito conforto, as reclamações são menores. O problema é na hora de lavar.
"Tenho uma minissaia de crochê há dois meses e nunca lavei", diz a vendedora de uma loja de roupas de crochê na praia de Boiçucanga (litoral norte), Danielle Pimentel, 19.
Ela afirma que não é recomendável lavar os bustiês e as saias feitas deste material porque esgarçam e perdem a forma. "Comprei uma bege e vou usar até ficar marrom. Depois jogo fora."

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