São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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De volta ao mundo

CLÓVIS ROSSI

São Paulo - O fluxo de investimentos externos diretos na economia brasileira (US$ 9 bilhões), no ano passado, precisa ser colocado em perspectiva.
É muito dinheiro, em comparação com a relativa anemia de anos anteriores, mas é pouco no total de investimentos externos feitos no mundo todo. Corresponde, como mostrou a Folha, a menos de 3% de tudo o que nacionais de um país investiram, em 1996, em outros países.
É verdade que dois terços desses capitais ficam no mundo rico, que é também o principal emissor. Mas, mesmo do terço restante, o Brasil ainda recebe uma fatia minguada.
Basta saber que, no período 1985/95, o Brasil recebeu per capita magros US$ 130, o penúltimo lugar entre os 20 maiores receptores de investimento externo direto, à frente apenas da China (US$ 110).
De todo modo, revela que o Brasil está voltando a ser parte do mundo, do qual quase caiu, nos anos de confusão econômica. Parte desse resultado deve ser atribuída à tolamente folclorizada diplomacia pessoal do presidente Fernando Henrique Cardoso (as suas inúmeras viagens).
O fato é que FHC completa, este ano, o ciclo de encontros com os líderes do G-7, o clube dos sete países mais ricos do mundo. Em 1996, visitou o Japão e a França e foi visitado por Helmut Kohl, o primeiro-ministro alemão.
Este ano, vai à Itália (fevereiro), ao Canadá (abril) e ao Reino Unido (dezembro).
E recebe em Brasília o presidente francês Jacques Chirac (março) e o norte-americano Bill Clinton (abril).
Mas, atenção, não é que o mundo esteja se curvando diante do Brasil ou ao charme de seu presidente. Está apenas voltando a prestar atenção, dentro dos modestos limites da participação brasileira no comércio internacional. O país exporta e importa cerca de 1% do total mundial em cada uma dessas duas atividades comerciais.
É pouco para uma economia que, bem ou mal, é a 10ª do mundo.

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