São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Programa vai dar incentivo ao ensino técnico

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, lança em 97 um programa de valorização do ensino técnico. A meta é passar de 100 mil formandos anuais para até 1 milhão em cinco anos.
O governo brasileiro está em fase final de negociação com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para obter empréstimo de US$ 500 milhões para financiar o programa. O primeiro desembolso está previsto para o segundo semestre de 97.
Paulo Renato disse à Folha que mais de 50% desses recursos serão destinados a financiar a construção de novas escolas técnicas, que não serão custeadas e mantidas pelo governo federal.
As novas escolas serão de responsabilidade de governos estaduais e, principalmente, entidades como o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Módulos
"O ensino técnico profissionalizante precisa se modernizar. Por isso mesmo, vamos mudar a legislação, separando o ensino regular de 2º grau do profissionalizante", afirmou o ministro.
Ele disse que o ensino profissionalizante vai ficar "mais flexível" com a criação dos módulos.
Os módulos formarão um sistema pelo qual o aluno recebe um certificado que o habilita a exercer determinada profissão ao longo do curso profissionalizante.
Paulo Renato avalia que a expansão do ensino profissionalizante é mais um modo de combater o desemprego.
"O Brasil valoriza muito o diploma universitário, e fica um excedente de profissionais com curso superior trabalhando em profissões subalternas", disse.
Atualização
O programa de ensino profissionalizante será atualizado para atender a demanda do mercado de trabalho.
No caso das escolas técnicas federais, o financiamento do BID contribuirá para melhorar a rede de laboratórios.
A Folha apurou que uma das propostas que Paulo Renato levará ao BID é implantar mais 40 escolas técnicas no país em cinco anos.
Oficialmente, o ministro prefere não antecipar os detalhes da negociação com o BID. Na primeira semana de fevereiro, uma missão do banco desembarca em Brasília para analisar o projeto.
As escolas formarão técnicos em eletrônica, informática, mecânica, ótica, metalurgia, química, análises clínicas, entre outros.
Custo
O custo médio de uma escola técnica é de aproximadamente R$ 2 milhões. Esse preço pode se elevar de acordo com os equipamentos disponíveis.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá ser o agente repassador dos recursos do BID.
Além disso, o banco também fornecerá as verbas necessárias para a contrapartida nacional -todo empréstimo do BID exige que uma parcela do financiamento seja dada pelo tomador.

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