São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997 |
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Risco da demora leva ao "tudo ou nada"
MARTA SALOMON
A estratégia traçada em conversas com o presidente Fernando Henrique Cardoso abandona a margem de segurança planejada inicialmente pelos aliados governistas para tentar reduzir o custo da chance de disputar um segundo mandato. Comissão especial A emenda constitucional, prevêem os articuladores da reeleição para FHC, deverá passar na comissão especial com 19 votos (3 a mais do que o mínimo necessário), no dia seguinte à convenção do PMDB. No plenário da Câmara, varia entre 320 a 330 votos o placar com que o presidente Fernando Henrique Cardoso trabalha para as noites dos dias 15 e 22 (data das votações). A emenda precisa de 308 votos para ser aprovada. Os planos de aprovar a emenda com mais de 340 votos foram deixados de lado pelo governo. "Nessa conta não tem lugar para o imponderável ou uma reviravolta de última hora", avaliou o líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE). A declaração foi feita depois de um almoço com o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), a quem caberá o comando da votação. "A cada dia que passa, mais complicado fica. E com um agravante: enquanto não resolvemos a reeleição, o Congresso fica parado", completou o líder. Luís Eduardo insiste na votação rápida e alega: "Nada é totalmente seguro". Os comandantes da reeleição farão a contagem final dos votos na quinta-feira. Os nomes de indecisos foram relacionados pelo ministro Sérgio Motta (Comunicações) para mais uma rodada de "conversas", da qual Fernando Henrique também participará. 30 votos No PPB do ex-prefeito Paulo Maluf, os governistas trabalham para manter os cerca de 30 votos que dizem acreditar ter entre os 88 deputados da bancada. As negociações para o eventual apoio do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf à reeleição foram consideradas encerradas. No núcleo da base governista, o placar das votações está na dependência do acordo para a eleição do pefelista Antonio Carlos Magalhães (BA) para a presidência Senado e do peemedebista Michel Temer (SP) para a presidência da Câmara. O objetivo da estratégia governista é aprovar a possibilidade de reeleição de FHC disputar sem qualquer tipo de consulta popular (plebiscito ou referendo), como defende a oposição. Limitação A hipótese de a oposição limitar a possibilidade de reeleição apenas para os sucessores de FHC foi considerada descartada ontem pelos aliados do Planalto. Se a reeleição para presidente for aprovada, ela valerá obrigatoriamente para FHC, prevêem. A oposição precisaria reunir 308 votos para excluí-lo e dizer que a reeleição só valerá para os próximos presidentes. Um contingente menor de votos dos deputados poderá impedir que governadores e prefeitos também ganhem a chance de disputar a reeleição para os seus cargos em 1998. Texto Anterior: Governo prepara 'votação relâmpago' para reeleição Próximo Texto: O calendário da reeleição Índice |
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