São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Pais acampam por vagas remanescentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 700 pais de alunos de 1º grau aguardavam, na manhã de ontem, o início das matrículas para o preenchimento das vagas remanescentes em duas escolas da rede municipal de São Paulo.
Os primeiros da fila estavam "acampados" na frente da EMPSG Professor Derville Allegretti e da EMPG Vereador Antonio Sampaio, na rua Voluntários da Pátria, em Santana (zona norte), desde as 12h de quinta-feira.
As matrículas de 2ª a 8ª série para alunos que não estudam atualmente na rede municipal ou pediram transferência de outras escolas começaram ontem.
As duas escolas foram as que tiveram mais procura, segundo a Secretaria Municipal de Educação.
Por volta das 10h45, houve princípio de tumulto na porta da escola -os pais que ainda estavam na fila tentaram invadir o local- e várias pessoas passaram mal.
"Fiquei sem comer e sem dormir por três dias e não consegui vaga para minha filha na 5ª série", disse a dona-de-casa Ednalva Novaes, 30, que chegou na escola sexta-feira, às 21h.
"Quando cheguei, já havia mais de 200 pessoas na fila."
Segundo a diretora, houve muita procura por matrículas para a 6ª série, mas só havia 13 vagas disponíveis. "Temos 96 alunos na lista de espera para 6ª série."
No total, 283 alunos aguardam vagas entre 4ª e 8ª série. Só para a 8ª série -que não tinha vagas- há 49 alunos na lista de espera.
Na escola Vereador Antonio Sampaio, a situação era praticamente a mesma. A escola foi inaugurada em setembro e desde então passou a abrigar 12 turmas da Professor Derville Allegretti, que estava com excesso de alunos.
"Sabíamos que a procura seria grande, mas não esperávamos tanta gente", explicou a supervisora Armida Lorenzetti, 47.
As vagas dessa escola também foram preenchidas pela manhã.
A dona-de-casa Cícera Maria da Silva Simões, 41, chegou na fila quinta-feira, às 15h, e não conseguiu matricular o sobrinho Tiago, 9. "Tinha 80 pessoas na minha frente e a escola oferecia menos de 60 vagas para a 3ª série", disse.
Segundo a supervisora, os próprios pais distribuíram senhas, organizaram a fila e entregaram à escola uma lista com os nomes das crianças cujos pais estavam na fila.
"Isso evitou o comércio de senhas, que era nossa maior preocupação", afirmou.
A escola estava oferecendo 246 vagas para alunos de 2ª a 8ª séries.
Até as 15h de ontem, já havia 172 nomes na lista de espera.

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