São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Presos acusados de roubo de R$ 5 mi
SERGIO TORRES
Dois acusados confessaram o envolvimento em depoimentos prestados na 29ª DP (Delegacia de Polícia), em Madureira (zona norte). Segundo eles, a parte do dinheiro que receberam na partilha foi roubada por policiais após o assalto. A polícia teria chegado ao grupo a partir de denúncia anônima feita à delegacia de Madureira. O denunciante deu o nome e o endereço de Roberto da Silva Nascimento, 35, segurança da firma Alvorada, que trabalha no aeroporto. Além de Nascimento, mais dois acusados conhecem bem o aeroporto: Sérgio Nogueira Rodrigues, 33, segurança da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), e Marco Antônio da Veiga, 31, ex-motorista da Sata (Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo). O quarto preso é Daniel Lino, 46, dono de um bar na rua do Livramento (Saúde, região portuária), onde o assalto teria sido planejado. Segundo a polícia, Nascimento foi o idealizador do assalto. Ele teria sido informado por Veiga que em todo dia 2, no fim da tarde, chegavam malotes de dinheiro enviados para o Rio pelo BB (Banco do Brasil) de Foz do Iguaçu (PR). Para planejar o assalto, os envolvidos teriam participado, no bar de Lino, de cinco reuniões ao longo dos seis últimos meses. A ação estava marcada para ocorrer em dezembro, mas acabou adiada. A tarefa do segurança Rodrigues teria sido retardar a entrada na pista dos dois carros-fortes encarregados de recolher os malotes com os R$ 5 milhões. O primeiro carro-forte chegou ao aeroporto às 17h30, mas só teve autorizada a entrada às 18h08, quando o assalto já terminara. Rodrigues era o encarregado da liberação. O segurança nega ter participado do assalto. Ele disse que a demora na liberação se deveu ao atraso do segundo carro-forte, que chegou ao aeroporto às 17h53. Lino também negou o crime. Nascimento e Veiga confessaram em depoimentos à polícia. Nenhum dos quatro presos apresenta antecedentes criminais. O inspetor Walter Sá, da 29ª DP, disse que a inexperiência levou o grupo a recorrer a "uma turma da pesada" para realizar a "parte operacional" do assalto. Ao todo, 12 homens, armados com fuzis e metralhadoras, teriam participado da ação. Eles entraram na pista em uma Besta com logotipo da Vasp e crachás de funcionários do aeroporto presos à roupa. Segundo as confissões de Veiga e Nascimento, os R$ 5 milhões foram divididos após o assalto. Eles, Rodrigues e um quarto homem que está foragido teriam ficado com R$ 1,7 milhão. No domingo à tarde, a casa de Nascimento, na Ilha do Governador (zona norte), teria sido invadida por pelo menos três homens que se diziam policiais. Os invasores teriam levado toda a parte do dinheiro que, na divisão, havia sido destinada ao grupo que planejou o assalto. Texto Anterior: Pais acampam por vagas remanescentes Próximo Texto: Polícia é suspeita de 'assalto' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |