São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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BC consegue manter banco de Falk sob liquidação

Gustavo Loyola do Banco Central, fica livre de inquérito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central conseguiu ontem derrubar a liminar concedida na sexta-feira ao empresário Artur Falk que suspendeu a liquidação do Banco e da Corretora Interunion, do Rio de Janeiro.
O presidente do BC, Gustavo Loyola, e o Procurador Geral do banco, José Coelho Ferreira, conseguiram ainda uma liminar liberando-os de responder ao inquérito policial solicitado pela Procuradoria da República no Distrito Federal também na sexta-feira.
O juiz Nelson Gomes da Silva, do Tribunal Regional da 1ª Região, acatou os dois pedidos de liminar do Banco Central.
Na sexta-feira, o procurador-geral do BC se recusou a receber intimação da juíza Magnólia Gama e Souza, da Justiça Federal, que concedeu liminar determinando a reabertura do Interunion, liquidado no dia 30.
O BC alegou que a liminar era dirigida ao seu presidente, Gustavo Loyola, que se encontrava em São Paulo. A oficial de Justiça considerou o BC comunicado, mas a área jurídica do órgão devolveu a liminar à Justiça.
O BC continuou considerando que não estava notificado e manteve a liquidação extrajudicial. A juíza acionou o Ministério Público.
O procurador José Elaeres Marques Teixeira encaminhou à Polícia Federal determinação para abertura de inquérito para investigar se o BC se recusou deliberadamente a cumprir decisão judicial.
O BC divulgou ontem à noite nota esclarecendo que impetrou habeas corpus preventivo em favor do presidente e do procurador-geral com 'à finalidade de trancar possível ação penal a ser instaurada contra eles".
O BC sustentou junto à Justiça que a reabertura do Interunion "é extremamente lesiva à economia" porque haveria riscos de desvios de recursos e de bens pessoais dos seus administradores e controladores.
O advogado do grupo Interunion, Sebastião Reis, disse ontem à Folha que ainda vai recorrer à Justiça para tentar derrubar a liquidação extrajudicial do banco e da corretora.
O problema, segundo ele, é que a Justiça sai do recesso somente em fevereiro. "Vamos tentar reverter a decisão no próprio TRT."
Os executivos do Interunion consideram que o BC não analisou as garantias oferecidas pelo banco e não recebeu seus representantes para negociar uma saída que não fosse a liquidação extrajudicial da instituição.
O Internunion foi liquidado seis dias depois de ter solicitado empréstimo de R$ 27,5 milhões no redesconto (linha de socorro aos bancos do BC) para cobrir o rombo nas suas reservas, a conta corrente de um banco junto ao BC.

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