São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Saint Phalle reabre Casa França-Brasil

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma exposição da artista francesa Niki de Saint Phalle reabrirá, na próxima quarta-feira, a Casa França-Brasil, no centro do Rio.
Niki de Saint Phalle, 67, é uma das artistas mais conceituadas e de maior produção no atual cenário cultural francês.
No ano passado, ela participou de uma exposição na avenida Champs Elysées, em Paris, denominada "Les Champs de la Sculpture" (Os campos da escultura), com obras dos mais importantes escultores do século 20.
O trabalho de Niki de Saint Phalle não se resume à escultura -vai muito além. Inclui pinturas, projetos arquitetônicos, móveis, livros, poemas, filmes e peças de teatro.
Foi na escultura, porém, que a artista se tornou conhecida, principalmente nos anos 60, após tomar contato com a obra de Gaudi.
Em 1966, ela criou uma de suas principais obras: a escultura de uma mulher deitada, com 28m de comprimento, na entrada do Museu de Arte Moderna de Estocolmo (Suécia).
Niki de Saint Phalle tornou-se mais célebre, no entanto, por uma série de esculturas coloridas e de aspecto grotesco representando a mulher em seus papéis na sociedade, conhecidas como "Nanas".
Comparada com a tendência à desmaterialização da arte -caso das instalações-, característica dos anos 90, sua obra pode ser considerada tradicional.
Cada trabalho é compreensível por si, sem grandes metáforas e sem necessidade de ação interativa por parte de quem o observa.
No conjunto, a obra de Niki de Saint Phalle reflete sua inquietude perante a vida. Com apenas 12 anos, ela já escrevia peças de teatro. Com 18, era manequim profissional e tinha fotos publicadas na revista "Vogue" francesa.
A artista foi casada duas vezes, a primeira com um marinheiro, com quem fugiu de casa aos 19 anos, e a outra com o escultor Jean Tinguely, morto em 1991.
A mostra -já apresentada na Cidade do México, em Caracas e Bogotá- reune 32 esculturas, seis maquetes, 47 obras gráficas e um mobiliário.
Dentre as obras, destacam-se as esculturas "Gwendolyn" (uma das "Nanas") e "Fonte das Nanas", que lança jatos de água pelos seios e bocas, e a maquete "A Morte".
A mostra ficará no Rio até 26 de janeiro. Depois, vai para a São Paulo, onde será exposta na Pinacoteca do Estado durante um mês.

Exposição: Niki de Saint Phalle
Onde: Casa França-Brasil (rua Visconde de Itaboraí, 78, centro, Rio de Janeiro) Quando: amanhã, às 18h30; de ter a dom, das 10h às 20h, até 26 de janeiro Quanto: entrada franca

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