São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Partido pode aprovar plebiscito, diz Simon

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse ontem à Folha que apresentará domingo à convenção nacional de seu partido proposta em favor da realização de um plebiscito a respeito da reeleição. "É bem capaz de a convenção aprovar o plebiscito", afirmou o senador.
Se, de fato, a proposta de plebiscito passar na convenção peemedebista, cria-se um fato novo capaz de mudar a dinâmica atual do processo.
No momento, "a tese do plebiscito deixou de ser discutida", como diz o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP).
É claro que se um partido como o PMDB, o maior do Congresso, aprovar o plebiscito, na sua instância máxima, que é a convenção, a tese fatalmente voltará a ser discutida.
O senador gaúcho defende a sua tese com dois argumentos fortes:
1) "A Assembléia Nacional Constituinte votou contra a reeleição, inclusive com o voto do hoje presidente Fernando Henrique Cardoso".
2) "O Congresso revisor da Constituição também votou contra a reeleição".
Conclusão: um Congresso ordinário como o atual não poderia aprovar a reeleição sem submeter tal decisão ao eleitorado, acha o senador.
"Família imperial"
Simon acha que a tese da reeleição para Fernando Henrique Cardoso seria aprovada no plebiscito, se houvesse.
Por isso, diz que o interesse em fazer com a decisão fique restrita ao parlamento é apenas do que ele chama de "família imperial", referindo-se aos Magalhães, Luís Eduardo, presidente da Câmara, e Antonio Carlos, candidato à presidência do Senado.
Seria na gestão Luís Eduardo Magalhães que a Câmara aprovaria a reeleição, se for obedecido o cronograma decidido anteontem pelo Executivo, em combinação com Luís Eduardo.
No Senado, a aprovação se daria no mandato de ACM, se ele for eleito para chefiar a Casa.
"Trata-se de um grupo que quer ficar dono do presidente", dispara Simon.
No comando político do governo, o líder do PSDB, José Aníbal, descarta o plebiscito (consulta prévia ao eleitorado), mas acena com o referendo (consulta posterior à aprovação pelo Congresso).
"Depois de aprovada a tese da reeleição, se alguém apresentar proposta para que ela seja submetida a referendo, não é problema para o governo", diz o deputado.

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