São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997 |
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Inquérito vai apurar venda do Ruth Escobar
ARMANDO ANTENORE
A Apetesp adquiriu o imóvel em setembro do ano passado por R$ 5,5 milhões. Já pagou R$ 2 milhões à antiga proprietária -a Dinâmica, empresa da atriz e ex-deputada estadual Ruth Escobar. O dinheiro saiu da Telesp sob a forma de patrocínio cultural. Em troca, a companhia telefônica poderá explorar até o ano 2000 espaços publicitários do teatro -que fica no bairro paulistano da Bela Vista (região central). A associação de produtores deverá pagar os outros R$ 3,5 milhões dentro de 24 meses. O procurador-geral Luiz Antonio Guimarães Marrey determinou a abertura do inquérito por meio da portaria número 1/97. Entre os argumentos que apresentou para justificar a investigação, destacam-se: 1) A compra do teatro envolveu dinheiro público, já que o governo paulista é acionista da Telesp. 2) Em janeiro de 92, o Tribunal de Contas do Estado considerou "desnecessários" gastos com publicidade realizados por empresas como a Telesp -que possuem capital estatal, detêm "mercado cativo" e, portanto, não sofrem concorrência. 3) Não há indicações de que a companhia telefônica se valeu de licitação para liberar o dinheiro. Na portaria, o procurador menciona dois textos da Folha que serviram de base à instauração do inquérito: a reportagem do dia 23 de dezembro ("Telesp ajuda a comprar o Ruth Escobar") e o editorial do dia 6 de janeiro ("Negócio dramático"). Também na portaria, Marrey solicita que a companhia telefônica entregue para a Justiça cópia dos documentos relativos à transação com a Apetesp. Inaugurado em 64, o teatro dispõe de três salas e 690 lugares. Celebrizou-se, nas décadas de 60 e 70, por promover debates que repudiavam o regime militar. Texto Anterior: EMI nega acusações de João Gilberto Próximo Texto: Grammy traz disco de Babyface ao Brasil Índice |
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