São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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O poder dos presidentes do Senado e da Câmara

. O presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória da Presidência da República. Na falta do presidente e do vice, é ele quem assume o cargo. Se a reeleição for permitida, e a desincompatibilização não for derrubada, assumirá a Presidência por seis meses em 98

. O presidente do Senado é também presidente do Congresso. Preside as sessões conjuntas das duas Casas, colocando em votação MPs e vetos presidenciais

. O presidente da República depende da boa vontade dos presidentes do Senado e da Câmara para conseguir aprovar projetos de seu interesse, pois eles decidem o que será votado em cada sessão e podem até mesmo avocar para o plenário projetos parados em comissões

. Os presidentes da Câmara e do Senado podem engavetar ou apressar a instalação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) para investigar ações do governo

A Presidência do Senado
. Os candidatos
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
Ex-presidente da UDN (União Democrática Nacional) e da Arena, na Bahia, ACM controla a política baiana. O estilo agressivo intimida seus adversários. Defensor da reeleição, não poupa críticas ao governo quando é do seu interesse

Iris Rezende (PMDB-GO)
Sempre foi do PMDB (ex-MDB). Sua liderança é basicamente regional. É tido como bom articulador político, conciliador e moderado. É apoiado pelo bloco formado por PT, PDT, PPS e PSB, todos partidos de oposição

. O presidente atual
José Sarney (PMDB-AP)
Ex-presidente da República (1985-90). Modernizou o Senado, criando uma forte estrutura de comunicação. Defensor da autonomia do Legislativo em relação ao Executivo, quer a limitação do uso de MPs pelo governo

. O antecessor de Sarney
Humberto Lucena (PMDB-PB)
Foi presidente do Senado duas vezes (1987-88 e 1993-94). O senador paraibano é conhecido como um defensor do corporativismo da Casa. Na bancada do PMDB, é respeitado como articulador

A Presidência da Câmara
. Os candidatos
Michel Temer (PMDB-SP)
Candidato oficial do Palácio do Planalto. Jurista, tem o controle da maior parte da bancada do PMDB, mas pouca penetração nas dos outros partidos. Propõe melhores condições de trabalho para os deputados e fala até em aumento de salário

Prisco Viana (PPB-BA)
Candidato de oposição ao Palácio do Planalto, tem o apoio de Paulo Maluf. Não é sustentado por todo o PPB, mas tem a simpatia do 'baixo clero' de outros partidos. Promete democratizar as decisões da Câmara e melhores as condições de trabalho

Wilson Campos (PSDB-PE)
Candidato independente, embora seja do partido de FHC. É líder do 'baixo clero'. Ocupa a Primeira Secretaria, cargo já ocupado por dois ex-presidentes (Paes de Andrade e Inocêncio Oliveira). Promete mais verbas para os gabinetes

. O presidente atual
Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA)
Terminou com o colégio de líderes e levou as decisões para o plenário, mas centralizou a elaboração da pauta, seguindo sempre o gosto do Palácio do Planalto. Fez administração mais austera e desagradou o baixo clero

. O antecessor de Luís Eduardo
Inocêncio Oliveira (PFL-PE)
Tomou as decisões em conjunto com os líderes partidários. O baixo clero reclamou que o poder ficou nas mãos de 20 ou 30 pessoas. Permitiu o achatamento do salário dos deputados

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