São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Neto

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de amargar um período de ostracismo, o meia Neto, 30, está de volta. Seis quilos mais magro, o jogador reassumiu o seu lugar de líder no "supertime" do Corinthians, que conta com Túlio e Marcelinho para o Paulista-97.
Neto acha que a dedicação aos treinos chega a ser mais importante que o talento natural para um jogador de futebol.
Ele atribui seu sucesso nas finalizações de jogadas a essa dedicação, que o faz permanecer em campo após os treinos normais cobrando faltas e escanteios.
(AG)
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Folha - Na sua opinião, quais os fatores que o fizeram ter um percentual de finalizações tão bom?
Neto - Minha maneira de jogar, com certeza. Todos sempre destacaram a minha capacidade de fazer lançamentos.
Mas, na maioria dos times em que joguei, ficava no ataque, nas imediações da área adversária.
Isso fez com que eu tivesse em toda minha carreira várias oportunidades de finalizar.
Folha - E as faltas?
Neto - Saber cobrar faltas também é um fator que me levou a ter esse desempenho positivo.
Sempre tive facilidade de bater na bola e, na maioria das vezes, fui o cobrador oficial de faltas dos time em que joguei.
Folha - Você acha que atualmente existam menos jogadores com esse virtuosismo?
Neto - A maioria dos jogadores não se dedica aos treinamentos específicos para a sua posição. Deixam o campo após o final do treinamento normal.
Eu por exemplo, bato várias faltas após os treinos. É a única forma de aperfeiçoamento.
No Corinthians existe essa consciência entre os jogadores. O Marcelinho e o Souza, por exemplo, também cobram faltas e pênaltis depois do treino.
Folha - Talento natural não basta para o sucesso do jogador?
Neto - De maneira alguma. O talento entra com apenas 40%. O sucesso vem dos outros 60%, que são o trabalho e dedicação.
Sempre admirei muito o Zico e o Careca. Os dois batiam bem na bola, e trabalhavam bastante.
Folha - Você tem alguma forma especial de treinar?
Neto - Eu costumo molhar a bola antes de algumas sequências de faltas. Isso ajuda na hora de você fazer uma cobrança quando o gramado e a bola estão úmidos.
Folha - Como funciona o fator confiança para o jogador na hora de chutar a gol?
Neto - Ter confiança é importante, e ela só vem com muito treino. Existem muitos jogadores que têm medo de arriscar.
Folha - E o preparo físico?
Neto - Quanto melhor preparado, melhor o atleta irá chutar a gol, e com mais precisão.
Tenho certeza que vou finalizar muito melhor no Torneio Rio-São Paulo do que nas últimas partidas do Brasileiro-96, já que o meu condicionamento físico está muito melhor.

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