São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Ronaldão

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O zagueiro Ronaldão, 31, acha que a "consciência" sobre o próprio talento o fizeram ser um jogador com facilidade de desarmar os adversários.
Considerado um atleta de recursos técnicos limitados, Ronaldão diz se preocupar apenas com a defesa de sua equipe, não desejando ser um "zagueiro artilheiro". O jogador, revelado no São Paulo, vai disputar o Paulista-96 pelo Santos, depois de passar um ano no Flamengo.
(AG)
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Folha - Na sua opinião, quais os fatores que o levaram a se destacar como "ladrão de bolas"?
Ronaldão - O jogador de futebol precisa saber qual a sua função em campo. A minha, por exemplo, é marcar os atacantes adversários.
Nunca tive vontade de me tornar um "zagueiro artilheiro".
Folha - Como você se aperfeiçoou na sua posição?
Ronaldão - Eu sempre me dediquei muito aos treinos técnicos, táticos e físicos em todos os clubes em que joguei. Sempre dei muita importância ao treinamento dos fundamentos.
Folha - Que trabalhos você faz normalmente?
Ronaldão - Depois que acaba o treino normal, procuro aperfeiçoar as jogadas que uso normalmente numa partida, como cabeçadas. O jogador precisa saber sobre suas deficiências e tomar a iniciativa de fazer treinos específicos.
Folha - Você acha que alguns jogadores têm preconceito de treinar fundamentos?
Ronaldão - Talvez. Na minha opinião, o jogador de futebol precisa permanecer em constante evolução.
O atleta não pode pensar que ele não tem mais nada para aprender. Sempre existem fatores que podem ser melhorados.
Folha - Como marcador, mesmo tendo um alto índice de desarmes, você não é considerado um jogador violento...
Ronaldão - Como diz o Telê Santana, que foi o meu técnico no São Paulo, futebol não é uma luta de boxe. É claro que existe um contato físico grande, mas não há necessidade de violência.
Eu sempre fui um jogador leal. O nosso esporte tem que ser jogado na bola. Apenas isso.
Folha - Quais foram os jogadores que serviram como um exemplo para você?
Ronaldão - Tive sorte de trabalhar com grandes zagueiros durante a minha carreira. Posso destacar o Oscar e o Darío Pereyra, no São Paulo, e o Aldair, com quem eu joguei na seleção na Copa-94.

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