São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997 |
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Tiba
ALEXANDRE GIMENEZ
O jogador está se recuperando de uma operação nos ligamentos do joelho direito. A cirurgia foi feita há cerca de dois meses. Tiba ainda vai ficar mais três meses fazendo fisioterapia antes de voltar aos treinos do Corinthians. Mesmo estando em fase de recuperação, o técnico Nelsinho Batista, do Corinthians, confirmou que pretende usá-lo na temporada de 1997. (AG) * Folha - Na sua opinião, quais os fatores que o levaram a se destacar no quesito bolas recebidas? Tiba - Penso que são dois os motivos. Todos os treinadores com que trabalhei disseram que sei reter a bola. Isso ajuda muito quando o time está sendo pressionado. A defesa pode se recompor. Também acho que preparo muito bem as jogadas para os outros atletas finalizarem a gol. Esses dois fatores fazem eu ser uma referência para quem está jogando no meio-campo, que acabam me utilizando mais. Folha - Reter a bola é importante no futebol moderno? Tiba - Claro. Muita gente fala que, se eu tivesse na Portuguesa em 1995, o time teria se classificado para a final do Paulista. O time tomou um gol do Corinthians no final do segundo tempo. O empate teria garantido a classificação da Portuguesa. Tenho certeza que seguraria muito a bola naquele jogo e, no mínimo, teria sofrido faltas que não teriam deixado a partida "correr" normalmente. Folha - E preparar as jogadas para seus companheiros? Você considera uma jogada essencial? Tiba - Sem dúvida. Veja o exemplo do Muller. Com ele o Palmeiras ganhou com facilidade o Paulista-96. Sem o Muller, o time perdeu a final da Copa do Brasil para o Cruzeiro, mesmo jogando em casa, no Parque Antarctica. No futebol moderno, é fundamental que exista um jogador com essas características na equipe, que faça assistências. Folha - Qual foi o treinador que notou e procurou desenvolver essas habilidades em você? Tiba - Quem descobriu essas características em mim foi o Wanderley Luxemburgo (atual técnico do Santos), quando trabalhamos juntos no Bragantino, em 1990. Começamos a fazer treinamentos específicos e, graças a Deus, melhorei muito. Folha - Mas, fazendo essa função, você não faz muitos gols. Você não sofre pressão por não marcar com frequência? Tiba - Nunca me importei em não disputar a artilharia dos torneios. Faço, em média, 17 gols por campeonato. Não sou "fominha". Folha - E o que importa? Tiba - Para mim, o importante é ver a minha equipe vencer os jogos, independente de quem faça o gol. Se for eu, melhor. Texto Anterior: Telê 'briga' pela posse de bola no São Paulo Próximo Texto: Os dados mais significativos do Datafolha colhidos em 20 campeonatos Índice |
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