São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Governo ajuda os endividados

CLÁUDIA TREVISAN
DA ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO

O governo mexicano gastou 8,5% do PIB, ou US$ 25,5 bilhões, em programas de ajuda às pessoas e empresas que se endividaram antes da crise cambial de 1994.
Desde 1995, cerca de 2 milhões de pessoas físicas e empresas foram beneficiadas.
Depois da aprovação do tratado de livre comércio com Estados Unidos e Canadá, em 1993, muitos mexicanos fizeram investimentos ou contraíram dívidas.
Fim das expectativas
A aposta era que a economia do país estava no caminho certo e que cresceria ainda mais depois da associação com os dois países desenvolvidos.
A crise cambial de dezembro de 94 acabou com as expectativas dos mexicanos. Muitos deles haviam contraído dívidas em dólares, que ficaram impagáveis depois da grande desvalorização do peso.
"O governo acabou assumindo passivos do setor privado para evitar um colapso do sistema financeiro e o extermínio da poupança interna", disse Alejandro Valenzuela, funcionário do Ministério da Fazenda.
Além do problema dos endividados, o governo mexicano enfrenta outro, muito mais antigo: o da extrema pobreza em que vive parte considerável da população.
Valenzuela estima que 15 milhões de mexicanos vivam em condições de absoluta miséria. Isso representa 16,8% da população de 92 milhões de pessoas.
Outros 30 milhões, ou 32,6% da população, estão em diferentes graus de pobreza.
A maioria esmagadora dos cerca de 9 milhões de indígenas do país se encontra em um desses dois estágios de pobreza.
O governo admite que muitos índios são totalmente marginalizados, mas argumenta que não tem condições de levar serviços públicos básicos a todos eles.
Levar serviços básicos a todas elas é praticamente impossível, diz o governo. O problema é agravado pelo fato de grande parte da comunidade indígena estar em lugar de difícil acesso.
Crescimento
O governo vê a reativação do mercado interno como um fator fundamental de combate à pobreza. O Ministério da Fazenda considera que o país tem de crescer, no mínimo, a taxas de 5% ao ano.
Esse percentual permitiria a criação de 1 milhão de novos empregos a cada ano, número que o governo considera necessário para que haja mudança no perfil social do país.

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