São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Corinthians vai bem; Santos está em xeque

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Ao perder Evair para o Atlético-MG, o Santos coloca em xeque o projeto de entrar pra valer na temporada. Isso, claro, se não conseguir um substituto à altura, o que não parece fácil. Basta olhar a barra para se ver que ela está toldada em direção à grande área. Ali, onde tem de reinar um goleador, as opções sumiram. Assim, Luxemburgo vai ter de recorrer mesmo a Macedo -um avante fluido e ciclotímico, capaz de marcar gols antológicos e de evaporar-se em campo com igual constância.
Resumindo: com Zetti, Ronaldão e Dutra somados a Ânderson e Sandro, o Santos resolveu um velho problema -o da defesa. Mas, com a ausência de um Evair lá na frente, apenas adiou a angústia do gol inconquistado.
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O tricolor anuncia a vinda de Francescoli, o veterano meia-atacante uruguaio do River, considerado por seus compatriotas o maior jogador da história de seu país. Quanto a isto, tenho minhas dúvidas: o refinadíssimo Schiaffino, dos anos 40/50, e o múltiplo Pedro Rocha, dos 60/70, estiveram um degrau acima, pelo menos.
Além do que, retomaria uma antiga tradição tricolor, que vem desde don Antonio Sastre até Gérson, passando por mestre Ziza -de contratar craques renomados já em fim de carreira.
Nos três casos citados, êxito total: Sastre foi o maestro que regeu com sabedoria e sensibilidade a Máquina de Costura dos anos 40; Zizinho chegou no intervalo entre dois turnos para dar o título paulista de 57 ao São Paulo; e Gérson foi o grande condutor da virada dos anos 70, com o bi 70/71, depois da longa fila de 13 anos em que o tricolor era só o concreto em armação do Morumbi.
Mas o que dá pra rir dá pra chorar. E, nesse período, também amargou três outras experiências do tipo que resultaram em absoluto fracasso: Jair Rosa Pinto, Didi e Cláudio Cristóvão Pinho. Isso sem contar uma infinidade de gringos que desfaleceram no meio do caminho, como Moreno, Di Loreto, Martino, Prospitti etc.
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Por falar em tricolor, escrevi há tempos aqui que não via nenhum jogador do time de Darío Pereyra que pudesse ser aproveitado por Muricy. Retiro, há um -o lateral-direito Robson. Forte, decidido, sabe atacar pela direita, cruza bem e fez um belo gol contra o Cruzeiro no meio de semana.
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Quem parece ir de vento em popa é o Corinthians do Coxinha e Cia. (para quem não sabe, Coxinha é o apelido do empresário Eduardo Rocha Azevedo, um dos notáveis do GAP da presidência). Depois de Romeu, Túlio e Fábio Augusto, embica em direção a Fernando Diniz, Amoroso e Capitão.
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Já no outro Parque, reina a calmaria que precede à tempestade, se a presidência não souber contornar o cabo das Tormentas, onde deverá se instalar o novo diretor de futebol.

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