São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997
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'Incra é o principal culpado'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado Agenor Moreira, da Araguaia Companhia Industrial (TO), culpou o Incra pelo aumento da indenização que deve à empresa.
"O pessoal do Incra tem como ideologia não querer pagar indenizações", disse ele.
Segundo ele, a procuradoria do Incra move uma bateria de recursos para impedir, a qualquer custo, o pagamento calculado pela Justiça. "Os recursos atrasam o pagamento, e os valores sofrem correção monetária e juros", disse Moreira.
Por causa do atraso no pagamento do precatório da Araguaia, que deveria ter sido liquidado até 31 de dezembro de 1996, os advogados da empresa disseram que vão cobrar juros e correção monetária.
"Apenas o atraso de alguns dias sairá por cerca de R$ 400 mil", disse o diretor do Incra Wilson Wellisch Júnior.
O advogado Fábio Luchesi, um dos 20 ex-proprietários da fazenda Reunidas (SP), disseque a Justiça Federal é também culpada pelo aumento exagerado das indenizações por aceitar protelações do Incra.
Ele obteve o precatório de R$ 385,5 milhões em julho de 1995 e até agora nada recebeu. "O Judiciário facilita tudo para o Poder Executivo não pagar suas dívidas", disse.
O valor das indenizações atrai advogados conhecidos. No final de 1996, o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira esteve no Incra para cobrar pagamento do precatório de Santos Guglielmi.
"O Código de Ética do Advogado me impede de falar sobre ações de clientes", disse Junqueira, novo sócio do escritório de Diamantino Silva Filho, defensor de Guglielmi.

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