São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997
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Rentabilidade e expansão foram menores

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Não chegou a ser um ano ruim, mas também não foi brilhante. Em 1996, o mercado publicitário cresceu, mas não repetiu a expansão vigorosa de 1995 e confirmou-se a tendência de redução das margens de rentabilidade das agências de propaganda.
Essas conclusões são praticamente uma unanimidade entre publicitários das maiores agências do país. Nos últimos dias, a Folha entrevistou diretores e sócios de dez agências e a maioria concorda com esse balanço.
A expansão menor no faturamento foi, em grande parte, reflexo do crescimento mais lento da economia. A maior preocupação das agências é o aumento nos custos, com uma consequente redução nas margens de rentabilidade.
"O impacto do aumento dos custos, principalmente por causa dos salários, foi tremendo. A entrada de novas agências no mercado acabou provocando um leilão de salários. Além disso, para as agências estrangeiras pesa o fato de a moeda estar sobrevalorizada", explica Justus O'Brian, presidente da Leo Burnett.
Lucro menor
Segundo cálculos da Price Waterhouse, provavelmente a empresa de auditoria que mais atende agências de propaganda, entre 50 e 70% das despesas de uma agência referem-se a gastos com pessoal.
Além disso, como lembra Afonso Serra, sócio da DM9, as agências estão sendo obrigadas a investir fortemente em tecnologia e treinamento de seus funcionários. Em 96, a DM9, por exemplo, investiu R$ 2 milhões nessas duas áreas.
"Nos últimos cinco anos, houve uma redução muito grande na taxa de rentabilidade das agências", confirma Antonio Lino, vice-presidente da Talent.
Há cerca de cinco anos, era possível obter uma taxa de rentabilidade de cerca de 7% do faturamento. "Hoje, muitas agências não conseguem nem metade dessa taxa", diz Lino.
Médias crescem mais
O ano foi melhor para as agências de médio porte. A F/Nazca, dirigida pelo publicitário Fabio Fernandes, teve uma expansão superior à média do mercado.
Segundo Ivan Marques, sócio da agência, seu faturamento cresceu 35%, passando de R$ 40 milhões para R$ 54 milhões. A receita foi de R$ 12 milhões.
João Muniz, sócio da Lowe Loducca, informa que a agência faturou R$ 45 milhões no ano passado, sendo que nos cinco meses de existência em 95 seu faturamento havia sido de R$ 17 milhões.
Já a Guimarães Profissionais registrou um aumento de 30% em 96, com um faturamento de R$ 53 milhões e uma receita de R$ 10,6 milhões.
(CGF)

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