São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997
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Pais de filho degolado vão depor hoje

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Os advogados José Marcos de Souza Carvalho e Rosa Maria Ribeiro de Mesquita devem comparecer hoje à 12ª Delegacia de Salvador (BA) para depor sobre a morte de Leonardo Mesquita de Carvalho, 4.
Filho dos advogados, Leonardo foi degolado na manhã de anteontem pela babá Marineide Bastos Nascimento, 20.
O crime aconteceu na casa do menino, no condomínio Stella Maris, de classe média alta, em Itapuã, na orla de Salvador.
No velório, ontem, Carvalho estava muito abalado e foi segurado por amigos quando tentava pular da sacada, cerca de quatro metros acima do piso externo do prédio.
O menino foi enterrado ontem à tarde. Os pais se recusaram a dar entrevistas.
Na hora do crime, o garoto estava na sala com a empregada. Em seu depoimento à polícia, a babá disse que deu um chocolate à criança e foi à cozinha pegar a faca usada no crime. "Dei um abraço no menino e depois o degolei", disse ela em seu depoimento.
A delegada Kátia Borges disse que o crime foi premeditado. "Antes de matar o garoto, ela (a babá) cortou os fios do telefone para impedir qualquer comunicação com os pais."
A babá foi presa em flagrante e encaminhada à 12ª DP por um delegado que mora no condomínio. Depois de matar o menino, Marineide ainda foi comprar cigarros e depois voltou à casa da vítima.
Ela disse que sua intenção era também matar Carvalho. "Como ele era muito forte, achei que a vingança poderia ser feita com o seu filho." Marineide afirmou que o advogado a ameaçava constantemente de demissão. "Além disso, ele me devia cerca de R$ 250."
Risco
Anteontem à noite, após prestar depoimento, a babá foi encaminhada à Penitenciária Feminina de Salvador. O chefe do serviço de investigação da 12ª DP, Gilson Guimarães, disse que a babá está sendo vigiada 24 horas por dia.
"Nós tememos que ela possa cometer suicídio ou ser assassinada por outras detentas, que são mães e não aceitam este tipo de crime."
Guimarães disse que a Defensoria Pública deve requerer nos próximos dias a realização de um exame de sanidade mental na babá.
O delegado Maurício Chaoí disse que não percebeu nenhum distúrbio mental durante o depoimento.

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