São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997 |
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Covas e Pitta fazem 'encontro de intenções'
DA REPORTAGEM LOCAL O prefeito Celso Pitta e o governador Mário Covas se reuniram ontem no Palácio dos Bandeirantes. Os dois disseram que o encontro (de cerca de 40 minutos) serviu como "manifestação de intenções" de desenvolver um trabalho conjunto."Falamos em termos gerais de princípios de cooperação entre Estado e município", disse Pitta. O entendimento entre governo estadual e prefeitura, no entanto, está mais próximo apenas nas áreas relativas à construção de um anel viário ao redor do município e ao combate às enchentes. Em outras áreas -saúde, educação, segurança e meio ambiente- prevalece a discordância (veja quadro abaixo). No caso do rodoanel, há um estudo do Ministério dos Transportes que prevê a participação, na construção, da União, Estado e municípios por onde a via passará. Segundo Covas, a obra custará cerca de R$ 2 bilhões. Governador e prefeito concordam no rateio da "conta". Covas admitiu que o anel passará por áreas de proteção ambiental. Associações ambientalistas criticaram o governador. "Ele quer resolver um problema agora, o trânsito, para deixar outro para o futuro, a qualidade de vida", disse Claudia Liebhart, da associação do Horto Florestal. "É possível construir o anel viário sem passar pelas áreas de preservação", disse Edson Domingues, da Associação Ecológica Brasil Verde. Em relação aos trabalhos antienchente, apesar de a administração municipal optar por construir piscinões e canalizar córregos, há um projeto de macrodrenagem da região metropolitana com condições de ser tocado em conjunto. Também existem chances de chegar a um acordo para que o município colabore na construção de novas linhas do metrô em São Paulo. Apesar de a administração enfrentar problemas de caixa, os maiores empecilhos se encontrariam no campo político. O ex-prefeito Paulo Maluf, na sua gestão, também prometeu apoiar a construção do metrô. Não o fez porque temeu que o governador fosse o único a colher dividendos políticos com a obra. Divergências O governador admitiu que o programa de controle de emissão de poluentes pelos veículos é uma das diferenças entre o Estado e o município. "Não sei como vai resolver. A gente vai ter que colocar o pessoal técnico para conversar e achar uma solução." Anteontem, o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Werner Zulauf, havia pedido a Pitta que colocasse o programa em discussão com o governador. "Não se tratou, nessa reunião, de estabelecer decisões práticas em qualquer área", disse o prefeito. Texto Anterior: Polícia deixa suspeito de sequestro fugir Próximo Texto: Os pontos de divergência entre Covas e Pitta Índice |
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