São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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'Stonewall' divide gays em pólos reais
PAULO GIACOMINI
Stonewall Inn era um bar frequentado por drags, gays e lésbicas. A polícia fazia intermitentes batidas para extorquir o dono do bar e oprimir os frequentadores. Tempo em que o homossexualismo era ilegal nos EUA, também foi a época da Guerra do Vietnã, da chegada do homem à Lua e da morte da cantora Judy Garland. O filme mistura o passado real com ficção. Cenas da revolta gay da noite de 28 de junho e seguintes, do funeral da cantora e de passeatas de negros e de padres dão o tom realista à película. O roteiro, baseado em livro de Martin Duberman, conta a história de Matty Dean (Frederick Weller), um adolescente gay idealista do interior que vai a Nova York lutar pelos direitos civis dos homossexuais. Ao chegar à cidade, Matty conhece e se envolve, primeiro, com a drag-queen La Miranda (Guillermo Diaz). Depois, com Ethan (Brendan Corbalis), um jovem professor de literatura, de um frívolo grupo de ativistas. Mas Matty tem de escolher entre La Miranda e Ethan -dois pólos de um mesmo mundo. Ao se decidir por Ethan, se enquadra em um movimento incapaz de chamar a atenção da sociedade. O diretor Nigel Finch, morto por Aids logo após as filmagens, se perde entre realidade e ficção, dando ao filme um tom melancólico e sombrio, às vezes confuso. Desde a revolta de Stonewall, milhares de homossexuais marcham no último domingo de junho, em passeatas multicoloridas, nas principais cidades do mundo para comemorar o "Gay Pride". Stonewall agora é apenas uma lenda. Pena que o filme tenha dividido os homossexuais em pólos tão distintos. O que não deixa de ser um dado mais do que real. Filme: Stonewall - O Lugar dos Meus Sonhos Produção: EUA/Inglaterra, 1995 Direção: Nigel Finch Com: Frederick Weller, Guillermo Diaz e Brendan Corbalis Cinema: Cinearte 1 Texto Anterior: Mohsen Makhmalbaf é vítima da beleza do Irã Próximo Texto: 'Matilda' é conto sem fada Índice |
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