São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Jobim critica PMDB e Paes diz que partido não é de 'ovelhas'

LUCIO VAZ
RAQUEL ULHÔA

LUCIO VAZ; RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Nelson Jobim (Justiça) ampliou a crise do PMDB ao afirmar ontem que a Convenção Nacional do partido, realizada no dia 12, foi uma "fraude" e que o PMDB é hoje "uma grande confederação de partidos regionais em extinção".
O presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), divulgou nota afirmando que o ministro, "sem votos, está contaminado pelo autoritarismo do governo". E completou: "O PMDB é um partido de homens e não de ovelhas".
Jobim, favorável à possibilidade de reeleição de FHC, disse que a votação da moção que determinou o adiamento da votação da emenda da reeleição para depois de 15 de fevereiro não teve "representatividade".
"Quem tinha voto não estava no plenário da convenção. Estavam ativistas que haviam sido manipulados por Orestes Quércia e por outros líderes partidários", disse Jobim em entrevista à radio Gaúcha de Porto Alegre (RS).
Paes respondeu: "O que podemos fazer se os governadores alinhados com o Planalto não ousaram defender a tese da reeleição, olhando nos olhos dos delegados da base partidária?"
O ministro afirmou que o PMDB é hoje um partido "sem bandeiras", que vive de lembranças do tempo do regime militar. "Era a ditadura que dava coesão e união ao partido". O PMDB teria perdido a bandeira com a democratização do país.
A assessoria de imprensa do ministro afirmou à Folha, à tarde, que o ministro confirmava o teor da entrevista. Negou apenas que tivesse utilizado a expressão "fraude" ao comentar a convenção.

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