São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Incógnitos, pais de Pádua, rezam e choram

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A família de Guilherme de Pádua acompanhou incógnita os dois primeiros dias do julgamento.
Vieram de Belo Horizonte, onde moram, assistir as sessões do 1º Tribunal do Júri os cinco parentes mais próximos do acusado: o pai, José Antônio Thomaz, a mãe, Leda, os irmãos Patrício e Simone e o tio Pedro Thomaz.
Devido ao estado emocional da família, Patrício e Simone trouxeram de Minas Gerais uma amiga evangélica, cuja função é, principalmente, confortar os pais do réu nos momentos de depressão.
Desde quarta-feira, quando começou o julgamento, os pais de Pádua têm recorrido ao amparo espiritual da evangélica, cujo nome não foi divulgado pela família.
Algumas correntes de oração ocorreram na sala da Defensoria Pública no prédio do Tribunal de Alçada Criminal, onde está ocorrendo o julgamento.
A dona-de-casa Leda Thomaz é a que demonstra mais aflição com o julgamento do filho. Ela tem chorado durante as sessões.
O pai de Pádua começou o julgamento animado com a possibilidade de absolvição do filho.
Ontem, seu estado de ânimo havia se alterado, de acordo com pessoas que passaram a tarde reunidas com a família na sala da Defensoria.
José Antônio Thomaz ficou deprimido ao descobrir que os jornalistas já sabiam que eles estavam no tribunal. Fora do alcance da mulher, ele dizia não acreditar que Pádua vá escapar de uma condenação pesada.
Como ninguém os conhecia pessoalmente, os parentes de Pádua puderam transitar sem dificuldades pelas dependências do tribunal, no centro do Rio, nos dois primeiros dias do julgamento.
Os problemas começaram ontem de manhã cedo, quando eles encontraram trancado o portão lateral por onde tinham entrado nos dois dias anteriores.
Para entrar, eles chamaram por telefone o advogado de defesa de Pádua, Paulo Ramalho.
Quando Ramalho chegou à escadaria do tribunal, os jornalistas tentaram entrevistá-lo.
Os parentes do réu aproveitaram a brecha e escaparam para dentro do prédio, refugiando-se na sala da Defensoria.
Ao saber quem acabara de entrar, os jornalistas passaram a dar plantão em frente à sala, o que espantou a família do réu. Até o fim da tarde nenhum deles havia saído.
Ramalho chegou a chamar a segurança do fórum para garantir a saída da família Thomaz. "Por causa desse assédio, eles decidiram não ir ao plenário", disse o advogado.
(ST)

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