São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997 |
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Falta controle sobre água de S. Sebastião
DA FOLHA VALE Cerca de 30% da população de São Sebastião consome água de fontes sem nenhum tratamento ou controle dos órgãos públicos, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).O município tem 40 mil habitantes, mas a população triplica durante a temporada de verão. A contaminação da água foi o causador do surto de diarréia iniciado no município no dia 13 e que já atingiu 440 pessoas. A contaminação desse tipo de água foi apontada em uma análise feita pelo Instituto Adolfo Lutz, para detectar a causa da intoxicação na costa sul. Segundo o laudo, também foram confirmadas contaminações na água fornecida pela Sabesp e no sorvete Sabor de Verão. Segundo o secretário da Saúde, Juan Pons Garcia, não existe nenhum tipo de controle sobre as águas das fontes. "Nenhum órgão assume a responsabilidade." As fontes não têm placas indicando se a água é imprópria. Pons disse que a prefeitura não tem condições de interditar as fontes, mesmo com riscos à saúde. Segundo Pons Garcia, a maioria das ligações é clandestina e feita por pessoas que ocupam áreas irregulares, sem infra-estrutura. "A situação é complicada, não podemos interditar as fontes e deixar a população sem água. O ideal seria que a Sabesp abastecesse todas as casas da cidade." A Sabesp passou mais de 20 anos sem investir em saneamento básico no litoral norte. Ação Pons Garcia afirma que convocou uma reunião para a próxima semana com representantes da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Sabesp, Vigilância Sanitária e Secretaria de Obras da prefeitura para definir uma ação mais efetiva no controle da qualidade da água. Segundo o secretário, a proposta é que a Cetesb passe a fazer análise das águas das fontes, a Sabesp intensifique o controle da qualidade da água e a prefeitura coordene as medidas necessárias para amenizar o problema. Varredura Técnicos da Secretaria da Saúde, Vigilância Sanitária e da Defesa Civil de São Sebastião vão realizar hoje uma "varredura" no sertão de Juqueí -onde 200 famílias consomem água de uma fonte contaminada. Os técnicos estão orientando os moradores a tratar a água utilizando água sanitária. Segundo o médico Léo Jardim, do posto médico de Boiçucanga, "ou se tomam medidas sanitárias, ou vai ser um caos". Para Jardim, não há condições de saneamento básico ou saúde em toda a região para evitar o risco de doenças. Técnicos da Secretaria da Saúde e da Sabesp realizam, na segunda-feira, coleta de amostras da água distribuída pela empresa na costa sul para nova análise no Instituto Adolfo Lutz. O novo exame será realizado porque a Sabesp afirma que a água analisada nesta semana pelo Adolfo Lutz não foi fornecida pela empresa. Texto Anterior: Paraná ainda tem 1.700 desabrigados Próximo Texto: Limeira confirma surto de meningite Índice |
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