São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa de SP vira 'refém' da reeleição

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante a semana a Bolsa de Valores de São Paulo "andou de lado", segundo o jargão do mercado para os períodos em que não há uma tendência -de alta ou de baixa- dominante.
Assim o Ibovespa, índice das ações mais negociadas no mercado paulista, encerrou a semana com uma queda de 0,72%.
O que explica esse comportamento nos últimos dias é o impasse nas negociações em torno da emenda da reeleição, em discussão no Congresso.
Segundo analistas, o temor dos investidores é que a decisão acabe indo para um plebiscito -o que adiaria ainda mais a solução.
Ocorre que a Bolsa de São Paulo iniciou o ano com gás total, o que fez o Ibovespa -sempre puxado pelas estatais que serão privatizadas- acumular valorização de 11% na primeira quinzena do mês.
Grande parcela desse otimismo deve ser creditado ao clima de "já ganhou" que o governo -e os investidores que apostavam na alta do mercado- criaram em torno da emenda da reeleição.
Esse clima foi para o espaço depois da convenção do PMDB e fez o mercado perder o rumo, o qual ainda não foi reencontrado.
Foi como se o mercado tivesse sido congelado, porém com um detalhe importante: "nas nuvens", ou seja, ainda com forte alta sobre o mês passado: 10,2%.
Segundo operadores, a Bovespa fica agora refém de Brasília. Se FHC não emplacar seu projeto na votação em plenário, o mercado tem tudo para desabar.
Nova York
A Bolsa de Valores de Nova York voltou a fechar em queda ontem (0,88%), pelo segundo dia.
A principal explicação seria um ajuste puxado pelas ordens de venda para a realização de lucros. Em dois dias, portanto, o Dow Jones, índice que acompanha as principais ações industriais, acumula queda de quase 2,5%.
O ajuste "para baixo" não chegou a surpreender, já que desde o início do ano a Bolsa de Nova York chegou a acumular expressiva alta.
A queda desses dois últimos dias, na verdade, deve ser colocada sob uma perspectiva histórica.
Isso porque a "onda" altista já dura pelo menos seis anos e se acentuou nos dois últimos anos: acumulando alta de 68%.

Com agências internacionais

Texto Anterior: Livro avalia diálogo de empresas e público
Próximo Texto: Siscomex pára posto da Receita Federal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.