São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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Ex-arenistas viram "neotucanos"

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ingresso de seis deputados do Paraná no PSDB é reflexo do projeto de reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Na perspectiva de mais seis anos de poder, os deputados buscam espaços no governo.
O Ministério dos Transportes é o sonho maior dos novos tucanos paranaenses. Mas eles podem se contentar com uma diretoria do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), a presidência ou as diretorias da Telepar (companhia telefônica) ou meia dúzia de cargos no Estado.
O grupo já esteve com o presidente Fernando Henrique no Palácio do Planalto e prometeu apoio maciço à emenda da reeleição. Antes do acordo, Renato Johnsson (PPB) aprovaria a reeleição só para os próximos presidentes.
Basílio Villani (PPB), líder do grupo, e João Iensen (PPB) se recusavam a dizer como votariam. Villani chegou a afirmar a deputados do Paraná que votaria contra.
Além de garantir mais cargos no governo, os seis deputados têm outros objetivos em comum: eleger o governador do Estado e assegurar a própria reeleição em 98.
O pacote é apresentado pelo líder do grupo, o atual presidente do PPB do Paraná, Basílio Villani. "Com nove deputados no Paraná, podemos sonhar em ocupar espaços nacionais", disse o deputado.
Questionado sobre a área o governo de maior interesse para o Estado, afirmou: "Um Ministério dos Transportes, para garantir a infra-estrutura do Estado, seria o mais viável". Lembrado de que o ministério está na cota do PMDB, respondeu: "Não ad eternun. Temos que pensar numa perspectiva de poder de seis anos, pensar com otimismo. Fernando Henrique é imbatível numa reeleição".
Villani disse que o PSDB do Paraná terá muitos nomes para oferecer ao governo. Sobre o ex-governador Álvaro Dias, afirmou: "O Álvaro é bom para ocupar qualquer espaço no governo".
O deputado foi lembrado de que haverá eleição para a presidência e as diretorias das "teles" (companhias telefônicas) em abril. Disse que o partido poderá lutar por mais espaço na Telepar.
"Podemos pensar em ampliar os espaços. Vamos ser ouvidos. Não é possível que nove deputados não sentem à mesa para discutir com o governo", afirmou Villani. Completam o grupo Odílio Balbinotti (PTB), José Borba (PTB) e Djalma Almeida (PMDB).
Os deputados que vão aderir ao PSDB têm características em comum. Todos já estiveram em vários partidos. Cinco pertenceram ou à Arena ou ao PDS.
Villani diz que a primeira preocupação de todos é com a própria reeleição: "A primeira perspectiva de um deputado é a própria reeleição. Como não haverá coligação proporcional em 98, temos que procurar os grandes partidos".
O deputado afirma que um candidato forte a presidente da República também ajuda. "Se tivermos um candidato forte, vamos ser procurados para compor no Estado. E qual partido vai ter o melhor candidato a presidente? O PSDB."

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