São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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A quatro mãos (14)

WASHINGTON OLIVETTO; JOSÉ VICTOR OLIVA

WASHINGTON OLIVETTO
JOSÉ VICTOR OLIVA
Grandes promoções fazem parte das necessidades mercadológicas de muitos anunciantes.
São elas que materializam as ações publicitárias. Mas só funcionam quando absolutamente originais e pertinentes.
Caso da festa do Rider, realizada semana passada no porta-aviões Minas Gerais. Aparentemente impossível, o evento se mostrou totalmente viável. E de grande sucesso. Convidei seu idealizador e realizador para falar do assunto na coluna de hoje.
Com vocês, ancorado no "A quatro mãos", José Victor Oliva, que, em matéria de promoções, não é nenhum marinheiro de primeira viagem.
Tirar todos os helicópteros, todos os aviões e os 1.300 tripulantes do único porta-aviões em atividade da América Latina.
E depois colocar no lugar 2.500 convidados, um palco, um Lulu Santos, uma Sandra de Sá, uma Banda Eva, uma Banda dos Fuzileiros Navais e uma equipe de serviço com mais de 200 pessoas.
Com essa singela missão, nós começamos o ano de 97.
O ano de 96 também não foi nada fácil. Em todos os mercados, as empresas enfrentaram os desafios dos novos tempos, respondendo de acordo com suas percepções e suas capacidades de reação. Muitas desapareceram. Houve fusões e grandes reestruturações. Em suma, foi um ano bastante agitado para todos.
Nas áreas de promoções, incentivos, convenções e eventos, o ano de 96 trouxe mudanças radicais. Os clientes ficaram muito mais exigentes, os "budgets" (orçamentos) encolheram bastante e várias empresas passaram a não fazer aquilo que, tradicionalmente, faziam.
Na minha empresa, as dificuldades não se mostraram diferentes e, naturalmente, a primeira palavra que me veio à mente para encarar estes tempos complicados foi criatividade. Pois precisamos acreditar que sempre existe uma maneira de melhorarmos.
Mas será que só criatividade é pouco? Todo o mercado já nos via e nos respeitava como uma empresa criativa. Será que faltavam ingredientes?
Mas estou cercado de gente competente e bons clientes -em sete anos de existência, conquistamos prêmios e credibilidade.
Entramos em processo de profunda reflexão e tentamos analisar a coisa como um todo. Resolvemos nos concentrar numa figura fundamental: o consumidor -o que ele realmente quer hoje em dia?
Procuramos, então, usar de nossa sensibilidade e intuição -tínhamos outra saída?- para chegar até a mais profunda necessidade do consumidor. Encantamento. É isso.
As pessoas precisam ser fisgadas pela emoção, precisam perceber que nós estamos empenhados em suprir, de maneira criativa e arrebatadora, os seus desejos.
O evento do porta-aviões nasceu dessa nossa vontade de encantar, usando elementos que remetam as pessoas a um mundo mágico, um mundo onde tudo é possível -basta ter uma forte crença no que estamos fazendo.
Como empresário deste ramo, não vejo futuro em ações que não tenham esse conteúdo. Estamos totalmente convencidos de que nada será como antes em promoções e eventos e que o dinamismo da nossa atividade é a força motriz para que sonhos se concretizem e para que trabalhemos com mais prazer e alegria.
Nosso objetivo é encantar as pessoas, focando sempre nosso alvo no produto. Só assim podemos não só corresponder às expectativas, mas surpreender com soluções inusitadas.
Acho que o evento Rider/Rio 97, no porta-aviões Minas Gerais, é a síntese e o marco de um novo e excitante futuro neste negócio.

Washington Olivetto é presidente e diretor de Criação da W/Brasil e José Victor Oliva é diretor geral do Banco de Eventos.

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