São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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Grupo português investe US$ 398 mi

Jair Rattner

JAIR RATTNER
DE LISBOA

Cimpor, 9º do mundo, compra fábricas brasileiras

A maior operação de investimento português no exterior é no Brasil. A Cimpor adquiriu por US$ 398 milhões três fábricas de cimento - duas pertencentes ao grupo Serrana, com fábricas em São Paulo e no Rio Grande do Sul, e a Cisafra, na Bahia.
"Éramos a décima primeira maior indústria de cimento no mercado internacional e passamos à nona ou oitava posição", afirma Anacleto Fernandes Lopes, o diretor de comunicação da empresa. Com as aquisições, a Cimpor passa a deter 5% do mercado brasileiro, se situando entre as seis maiores do ranking nacional.
A aquisição mais importante foi a da área de cimentos do grupo Serrana - que pertencia ao grupo argentino Bunge. As duas fábricas controlam 6% do mercado do Sul/Sudeste e no Rio Grande do Sul a quota chega a 32%.
O grupo vai desmembrar sua área de cimento, para a venda à Cimpor. A empresa portuguesa se comprometeu a lançar uma oferta pública de compra sobre os 23,4% do capital que está nas mãos de pequenos acionistas.
A Cisafra era uma empresa familiar, com o controle de 13% do mercado baiano e 15% do mercado do Piauí. A Cimpor comprou 99,97% do capital da empresa.
Para Fernandes Lopes, a aquisição das empresas não vai significar grandes mudanças tecnológicas em seus processos de produção. "A indústria de cimento está hoje madura do ponto de vista tecnológica, não há grandes mudanças. O que podemos fazer com nosso know-how é garantir uma qualidade uniforme e a confiança dos consumidores."
Segundo Fernandes Lopes, a aquisição de empresas brasileiras por estrangeiras resulta do processo internacional de concentração dos grupos que atuam na área do cimento.
"O custo do transporte de cimento é muito alto e para entrar em um novo país o melhor é adquirir uma empresa, que já tem seu mercado natural."
As novas fábricas vão acrescentar cerca de 3 milhões de toneladas por ano à capacidade de produção da Cimpor.

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