São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997 |
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Polícia fecha o Café Photo e prende donos
OTÁVIO CABRAL
Os dois proprietários da casa, Fábio Puglisi, 35, e Benedito Noronha, 38, foram detidos e conduzidos algemados à Delegacia Seccional Centro. A ação da polícia foi comandada pelo delegado operacional Sebastião Lopes, 52. Mesmo lotado na região central, ele tem carta branca do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) para "combater a prostituição" em toda a cidade (leia texto abaixo). "Prisão arbitrária" O advogado dos empresários, Cássio Paoletti, afirmou que a prisão foi arbitrária. "Esse delegado não tem base legal, moral ou social para fechar a casa e deter seus donos", afirmou. Segundo ele, o Photo é um local que oferece comida, bebida e diversão, sem ter qualquer envolvimento com a prostituição. "Se os frequentadores usam a casa para marcar encontros amorosos, os donos não podem ser responsabilizados." Lopes negou ter sido arbitrário e justificou a ação dizendo que o Photo é um "notório antro de prostituição". Ontem à tarde, Paoletti conseguiu uma ordem judicial para libertar Puglisi e Noronha. Testemunhas No momento da prisão, por volta das 23h30, havia cerca de 350 pessoas na casa. Trinta mulheres foram levadas à delegacia, em carros de polícia, como testemunhas. "A situação foi constrangedora. A polícia tratou pessoas trabalhadoras que estavam apenas se divertindo no Café Photo como bandidos", afirmou o empresário Moisés Ferreira Júnior, 28, que estava no local. O Café Photo funcionou durante oito anos na rua Manoel Guedes, no Itaim Bibi (zona oeste). Em março do ano passado, a casa foi fechada pela prefeitura por falta de condições de segurança e higiene. O fechamento, segundos os donos, teria sido motivado pelas reclamações de moradores do bairro, descontentes com o excesso de barulho e a presença de prostitutas nas ruas. Funcionando há cerca de dois meses na avenida Hélio Pelegrino, o Photo não tem mais a oposição de moradores. "No local onde está instalado, que é basicamente comercial, o Photo não incomoda ninguém. Não vejo motivos para seu fechamento", afirmou o empresário Haya Hohagen, diretor do Conselho de Segurança do Itaim e Vila Olímpia. Texto Anterior: Uso de drogas assusta em SC Próximo Texto: Condenação é difícil Índice |
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