São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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A não ser pelo serviço, Maria volta melhor

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O restaurante Maria está de volta. Revigorado, mantém o espírito de fugir dos cardápios enfadonhos, buscando soluções originais.
O lugar é bonito: a recente reforma não mudou a cara anterior. O Maria fica num galpão da Vila Madalena de alto pé-direito, com uma parede-janelão que dá para o jardim.
As mudanças no Maria, inaugurado em maio de 1995 pelas irmãs Bárbara e Cristina Marruecos, aconteceram com a entrada na sociedade do chef Luiz Cintra.
Ele tem participado da criação de cardápios de restaurantes como o Compagnia Marinara e o Sands, além de ser professor de culinária.
Agora, a responsabilidade pela condução da cozinha passou de Cristina para ele. Cintra costuma ficar antenado nas tendências da cozinha contemporânea, com especial atenção ao que acontece nos Estados Unidos.
Depois de imprimir um tom mediterrâneo aos cardápios que montava, adotou a "fusion cuisine" como fonte.
No caso do Maria, essa cozinha "fusion" ou transcultural (mistura de diferentes influências nacionais) vem mesclada aos toques mediterrâneos e condimentada com sabor do sul dos Estados Unidos, terra da quente cozinha "cajun" (ou créolle), conhecida por seus temperos incendiários.
O cardápio tem um pouco de tudo isso -e é bem curto, sem deixar de ser interessante. Há peixes como o mero recheado no vapor embrulhado em escarola e o linguado empanado em especiarias com curry suave de banana, espinafre e mango chutney.
E carnes como a picanha com molho barbecue texano e a carne seca desfiada com vinagrete, purê de abóbora, mandioca palha e couve refogada.
O serviço do Maria ainda é atrapalhado, e restam caipirices como não aceitar reservas -o que é bastante incômodo num restaurante pequeno e movimentado. Transtorno que certamente não acontece nos restaurantes mundo afora que os proprietários frequentam.

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