São Paulo, sábado, 4 de outubro de 1997
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Há menos de um mês no PSB, Erundina gera primeira crise

Presidente da legenda em São Paulo se diz "bronqueado"

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Com menos de um mês no PSB, a ex-prefeita paulistana Luiza Erundina já criou uma crise em seu novo partido. O presidente do PSB paulista, Gilson Menezes, ameaçou renunciar ao cargo, inconformado com atitudes de Erundina.
"Estou bronqueado e chateado com a Erundina", afirmou Menezes, que também é prefeito da cidade de Diadema. Oficialmente, a irritação de Menezes deve-se a uma suposta defesa que Erundina fez da possível candidatura presidencial de Ciro Gomes (PPS).
"A Erundina veio a Diadema dizer que o Ciro é o nosso candidato e, além de ele não ser do PSB, eu quero saber o que ele fez pelo povo brasileiro na época da ditadura", afirmou o prefeito.
Na última segunda-feira, Erundina foi até Diadema para prestigiar a filiação do deputado federal José Augusto Ramos ao PPS. Ramos foi expulso do PT e é inimigo do atual prefeito da cidade.
O motivo real da irritação de Menezes é o aval de Erundina a Ramos. O prefeito demitiu todos os ocupantes de cargos de confiança que não saíram do PPS depois da filiação de Ramos.
"Não tem sentido manter na administração pessoas aliadas a quem é adversário", declarou Menezes.
O prefeito de Diadema enviou fax a Miguel Arraes, presidente nacional do PSB, protestando contra Erundina. Até ontem, não havia recebido resposta.
Erundina não atendeu a reportagem. A ex-prefeita não quer que o PSB apóie a provável candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Menezes, também ex-petista, prefere Lula.

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