São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cascavel faz seguro contra catástrofe

FERNANDO MENDONÇA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Moradores de Cascavel (514 km de Curitiba), no oeste do Paraná, estão procurando as companhias de seguros da região e comprando apólices para proteger suas casas contra catástrofes causadas por vendavais.
"Neste último mês tivemos um crescimento de 300% na venda de apólices", afirmou Jaime Lemes, diretor de uma corretora de seguros, em Cascavel. "A população ficou assustada com o poder de destruição dos ventos."
Somente nos últimos 30 dias, a região oeste foi atingida por dois vendavais. O mais violento deles aconteceu em 5 de setembro, quando dezenas de casas foram destelhadas em Cascavel e em Laranjeiras do Sul por ventos de até 110 km/h.
O seguro contra vendaval, furacão e ciclone da casa do empresário João Antônio Ganança começou a valer no último dia 29, dois dias depois da segunda ventania que atingiu Cascavel em setembro.
"Um acidente provocado pelo vento ou pela chuva pode levar qualquer um à falência", afirmou Ganança. Ele é dono de uma padaria e duas casas. "Meu prejuízo, em caso de perda total, seria hoje de R$ 500 mil."
O seguro feito pelo comerciante na semana passada custa R$ 120 por ano, para as duas casas, e R$ 450 para a panificadora. Para ele, as anuidades das apólices são muito baixas se comparadas os prejuízos de uma eventual catástrofe.
Alan Kardec
O aposentado Honório Silveira Gularte, tesoureiro do grupo espírita Alan Kardec, deve se decidir nesta semana entre duas propostas de seguro para a sede do grupo, que tem 400 m2. "Pretendemos pagar no máximo R$ 140."
Segundo ele, as instalações do grupo espírita são modestas, não há quase móveis-"apenas uns bancos de madeira"- e por isso a apólice não pode custar muito caro. O aposentado disse que o seguro será apenas contra incêndio e vendaval.
Gularte disse que, na ventania de 5 de setembro, a sede perdeu parte das telhas e teve a estrutura danificada pelo vento. "Foi tão forte que entortou minha antena de radioamador, com quase 4,5 cm de diâmetro", afirmou.
Empresas de Cascavel que já tinham apólices antes das duas tempestades de setembro reconhecem a importância de manter um contrato de seguro contra vendavais naquela região.
A Fipal Distribuidora e Veículos Ltda., revenda Fiat em Cascavel, perdeu toda a cobertura do departamento de vendas e parte dela em outros setores da loja na ventania do mês passado.
"O estrago foi tão grande que até hoje estão sendo feitos os reparos", disse Heitor Luiz Borghetti, gerente administrativo da Fipal. Segundo ele, as perdas provocadas pela ventania foram de aproximadamente R$ 50 mil.

Texto Anterior: Revolução sexual ainda afeta a família
Próximo Texto: Curitiba muda cardápio para o frio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.