São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Montadora vai fazer modelo 'popular'

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Honda vai fabricar um carro "popular" na unidade de Sumaré. O modelo a ser produzido ainda não foi definido, mas existem vários planos em estudo na natriz.
"O carro popular da Honda ainda não existe, está sendo desenvolvido", conta Koichi Kondo, presidente da Honda brasileira.
Antes de ocupar o atual cargo no Brasil, Kondo era o responsável pelo departamento de planejamento para área de automóveis da montadora, em Tóquio.
"É um carro mundial e não apenas para o Brasil. Será produzido também na Europa e Ásia. Falta apenas a empresa definir o modelo", diz.
Segundo Kondo, a produção do carro "popular" é fundamental na estratégia de atingir a meta de 100 mil carros por ano "o quanto antes".
"Esse patamar será atingido basicamente com a produção dos dois modelos: o Civic e o popular", diz Kondo.
"O que pode ocorrer é aumentar a família do Civic, ter novas versões, um pouco de variação. Mas sempre com os dois modelos."
Vulnerável
Kondo acredita que o mercado dos carros "populares"' continue crescendo. Tudo vai depender, diz, da estabilidade da economia.
"O mercado do carro pequeno é muito vulnerável às mudanças econômicas. Se a economia crescer a 4% ou 5% ao ano, o "popular" se mantém. Se isso não ocorrer, a demanda cai."
Espaço para instalar nova linha de montagem na unidade de Sumaré não falta. A montadora possui terreno de 1,7 milhão de metros quadrados e, por enquanto, a área construída é de apenas 100 mil metros quadrados.
Só que para produzir 100 mil carros por ano será preciso investir, segundo estimativas da própria montadora, cerca de US$ 400 milhões.
Para vender toda essa produção, a montadora já faz planos para aumentar a rede de concessionárias. Hoje são apenas 15 lojas em todo o país. Até o final do ano serão 30. "Para comercializar 100 mil carros, teremos de ter cerca de 120 revendedores", diz Kondo.
Sem espaço
O presidente da Honda não acredita que haja espaço para todas as montadoras que anunciam investimentos no país. "O número de marcas previsto é maior que nos EUA, que têm um mercado de 15 milhões de carros por ano."
Apesar disso, Kondo lembra que nenhum fabricante investe na construção de uma fábrica pensando no curto prazo. "Cada uma dessas marcas tem a sua estratégia." Segundo Kondo, é inevitável que a competição se torne mais acirrada nos próximos anos.

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