São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Sintonia fina; Pela base; Dois pesos; Na carteira; Além da jornada; Outro compromisso; Presença confirmada; Portas abertas; Sem oposição; Duplo impacto; Dívida parada; Quase sócio; No topo; Medindo o rombo; Carga pesada

Sintonia fina
A mudança no perfil do crescimento econômico vai exigir um grande esforço de "calibragem". O tamanho dos juros "passou, agora, a ser decisivo", diz José Roberto Mendonça de Barros, secretário de Política Econômica. Como é também mais decisivo do que antes o ajuste fiscal.

Pela base
Para Mendonça de Barros, a nova fase de crescimento é sustentada por um "novo ciclo de investimentos" e não mais, como na primeira fase, por aumento do salário real (via, especialmente, queda da inflação) e expansão do crédito.

Dois pesos
"O consumo responde por 80% do PIB e os investimentos, por 17%." Logo, se o consumo cair demais pode mesmo haver recessão. Em compensação, sem novos investimentos, diz Mendonça de Barros, "não há ganhos de produtividade, que é o que vai gerar aumentos do salário real".

Na carteira
Uma mostra do novo perfil de crescimento está nos dados de desemprego do Seade/Dieese: enquanto comércio eliminou 48 mil postos de trabalho, a indústria metal-mecânica gerou 30 mil novos postos "e com carteira assinada".

Além da jornada
Dos trabalhadores do comércio na Grande São Paulo, 58% ultrapassaram a jornada de 44 horas no mês de agosto, segundo pesquisa feita pelo Seade/Dieese. É a maior porcentagem registrada desde março último, de 65,5%.

Outro compromisso
O coordenador da campanha de Joseph Couri à Fiesp, Antonio Gonçalves, mandou carta ao Painel S/A informando que o candidato não foi convidado para reunião do Decor, no dia 18. Para Gonçalves, "causa estranheza" o fato de o debate "coincidir" com a presença de Couri na Espanha -vai abrir escritório do Simpi.

Presença confirmada
Horácio Lafer Piva diz que também não recebeu o convite, mas que pretende comparecer ao encontro no Guarujá, para "construir propostas para a Fiesp com os empresários do interior".

Portas abertas
A organização do 6º Encontro do Ciesp, nos dias 17, 18 e 19, no Guarujá, nega exclusão. Informa que o convite aos dois candidatos será feito nesta semana.

Sem oposição
Para a equipe econômica, a privatização não será afetada pela campanha eleitoral. A resistência caiu a zero -a Vale foi a última grande polêmica. A venda de estatais pode gerar mais US$ 80 bilhões -US$ 25 bilhões já em 98.

Duplo impacto
O ING Barings prevê que a necessidade de financiamento do setor público vai fechar 98 abaixo de 5% do PIB. A privatização tem efeito positivo: o dinheiro vai para cortar dívidas e o comprador assume o passivo da privatizada.

Dívida parada
Em 98, os recursos gerados pela privatização mais o superávit primário vão equivaler aos gastos previstos com o pagamento de juros. Dessa forma, a dívida líquida do setor público ficará estável, diz Amaury Bier, do Planejamento.

Quase sócio
A dívida líquida do setor público, de 34% do PIB, permitiria ao Brasil ingressar na União Européia, diz Bier. "Não passaríamos na meta de déficit nominal, de 3% do PIB, mas ainda chegaremos lá."

No topo
Para Sérgio Werlang, do Banco de Investimentos da Bahia, "o déficit em conta corrente vai bater nos US$ 40 bilhões em 98. É um dos maiores do mundo e não é sustentável no longo prazo".

Medindo o rombo
Para a Salomon Smith Barney, o déficit em conta corrente em 98 baterá nos 5% do PIB no Brasil, 5,2% no Peru, 7% na República Tcheca, 4,6% na Tailândia, 2,9% no México e 2,2% na Argentina.

Carga pesada
Dos 3 milhões de toneladas de carga movimentada entre São Paulo e Buenos Aires, os caminhões transportam dois terços. Os navios, o resto. A Associação dos Portos e Terminais Privados do Mercosul discute o tema, no Rio, em dezembro.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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