São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Platini pode concorrer, diz Pelé

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-jogador francês Michel Platini, co-presidente da comissão organizadora da Copa do Mundo de 98, só vai responder em janeiro do ano que vem se aceita concorrer à sucessão de João Havelange na presidência da Fifa (entidade dirigente do futebol mundial).
Antes, Platini vai buscar ouvir pelo menos dois jogadores de destaque de cada continente, para saber se poderá se apresentar como candidato da categoria dos futebolistas.
A informação foi dada pelo ministro dos Esportes, Pelé, em entrevista à Folha. Ele é um dos articuladores mundiais da candidatura de Platini.
Os dois se encontraram para discutir uma alternativa ao cenário atual. De um lado, Johansson (presidente da Uefa) e de outro um candidato apoiado por Havelange (quase certamente Grondona).
O movimento começou com uma idéia do presidente do Bayern de Munique, o ex-jogador alemão Franz Beckenbauer.
O atual dirigente chegou a ser cotado como candidato de oposição, mas não foi adiante.
"Beckenbauer queria que eu me candidatasse, mas estou no Ministério dos Esportes, tenho quase mais dois anos pela frente e pretendo continuar até o fim do mandato", afirmou Pelé.
"Nós estamos conversando porque começaram a circular nomes para a presidência da Fifa, mas ninguém de dentro do esporte se apresentou", disse o ministro.
Segundo Pelé, o ex-craque francês vai estudar a proposta.
"Ele disse que iria pensar. Acha que a Fifa precisa de um representante do futebol, mas que sua eleição seria muito difícil. Até janeiro, depois de conversar com os jogadores, Platini saberá se tem apoio."
Uma das dificuldades de Platini para concorrer é a exigência de que os candidatos sejam ligados às federações nacionais.
Idéias
Platini atualmente tem em suas mãos, como co-presidente do Comitê Organizador da Copa da França, um orçamento de cerca de US$ 350 milhões. Isso sem contar os recursos alocados para as reformas de estádios, que são de financiamento público.
O francês, no ano passado, deu uma mostra sobre o que poderia mudar no futebol mundial sob sua administração.
Em entrevista à Folha disse ser favorável à abolição do "carrinho" (roubada de bola, muitas vezes violenta, feita por um jogador no chão), ao uso do vídeo para auxiliar os juízes e ao fim da disputa de pênaltis.
Platini, que errou uma cobrança de pênalti na decisão entre Brasil e França pelas quartas-de-final da Copa-86, é adepto do "gol de ouro". Quem marca primeiro na prorrogação leva.
O ex-jogador pode não ser o único a anunciar uma candidatura tardia. Além do secretário-geral da Fifa e ex-candidato, Joseph Blatter, ainda corre por fora o camaronês Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol.

Com a Reportagem Local

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