São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Diversão de verdade

LAVÍNIA FÁVERO

Mais importante que o presente é a orientação dos pais sobre a função de cada brinquedo
Escolher um presente de Dia das Crianças para meninos e meninas dos anos 90 é um dilema de cansar qualquer pai: os pequenos querem o que vêem na TV, inspirados pelos desenhos animados e programas infantis; os adultos, desconfiando da violência de alguns personagens, preferem algo "mais educativo", correndo o risco de não agradar. O que fazer, então? Aceitar o impulso consumista dos filhos ou tentar impor o que se acredita ser o melhor para eles?
"É claro que a criança vai pedir para os pais aquilo que vê na mídia, o que os amiguinhos têm, e a opinião dela tem de ser ouvida. Cabe aos pais despertar o interesse dos filhos para outros tipos de jogos", explica a psicóloga infantil Rita de Cássia Alarcon.
Mais importante que o brinquedo que se escolhe, portanto, é a orientação dos pais no jogo (veja quadro com a indicação de brinquedos segundo a idade). "Quando a criança brinca, ela elabora seus conflitos e se prepara para viver no mundo dos adultos. Se os pais não a orientarem, vai reproduzir apenas o que o mundo mostra para ela", explica a psicopedagoga Andréa Menezes.
Assim, até um revólver de mentira pode ser uma boa opção, desde que os pais esclareçam para a criança qual é a sua utilidade. Tentar impor um tipo de jogo raramente surte efeito.
"Os brinquedos também não podem suprir a ausência dos pais. É importante que eles brinquem com os filhos tirando prazer disso", diz a psicanalista infantil Ana Maria Sigal. Para ela, existe uma mitificação em torno da participação dos adultos na vida infantil, o que os leva, muitas vezes, a brincar com os filhos por obrigação. "Isso é ruim para ambos, porque as crianças sentem a resistência dos pais."

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