São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Escola ensina pais a falar de sexo em Bauru

Programa quer conscientizar familiares

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Pais de alunos de escolas pré-primárias de Bauru (SP) estão aprendendo nas salas de aula conceitos de sexualidade infantil e a melhor forma de lidar com a curiosidade da criança em relação ao sexo.
Um programa da Secretaria Municipal de Educação, desenvolvido por duas psicólogas, procura conscientizar os pais de alunos que os temas sexuais estão presentes também na infância.
"O sexo tem função desde a pequena idade e é fonte de prazer", disse Eliane Silva Sabas, especialista em psicologia educacional.
Perguntas
As palestras foram assistidas por 300 pais desde agosto e vão percorrer as 43 Emeis, escolas municipais de educação infantil de Bauru.
O objetivo é informar os pais de forma que possam responder às perguntas dos filhos.
"A desinformação dos pais pode prejudicar o desenvolvimento dos filhos", disse a psicóloga Jaqueline Rodrigues Mendes.
A primeira orientação é que os pais nunca devem dizer "não" para as perguntas dos filhos.
"Nunca diga 'pergunte isso para o seu pai (ou para sua mãe)'. Não invente metáforas sobre o nascimento dos bebês, como cegonhas ou sementinha na barriga da mãe", disse Eliane.
A orientação é para que a resposta seja objetiva, tratando do relacionamento sexual entre os pais e já dando os nomes dos órgãos sexuais masculino e feminino.
Nessa idade, os meninos e meninas percebem que têm órgãos sexuais diferentes e procuram tocar um nos órgão da outra.
"A partir 2 anos a criança só aprende tocando e olhando", disse Eliane. Para ela, não há problema de as crianças tomarem banho junto com os pais.
As aulas orientam também sobre os jogos sexuais da infância, como as brincadeiras de médico e de papai-e-mamãe entre as crianças a partir dos 4 anos de idade.
Os pais devem ficar atentos nesta fase para que não imitem o comportamento sexual do adulto.
Os pais também são orientados a explicar às crianças o significado dos palavrões e a exigir privacidade do casal.
"Nunca deixe seu filho dormir em sua cama", alertam as psicólogas do programa.

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