São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997 |
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Sociedade silencia sobre pai jovem
FERNANDO ROSSETTI
Jorge Lyra tentou, em seu mestrado, "trazer para primeiro plano de discussão a importância da participação jovem e masculina na vida reprodutiva e familiar". "Deparamo-nos não só com uma bibliografia nacional insignificante, como também com ausência de dados e, o mais importante, de instrumentos de coleta capazes de captar essa informação", diz. Ou seja, quando se fala de filhos de adolescentes, o referencial é sempre a mãe -e os estudos dessa população só fazem perguntas a elas. Em torno dos pais há o que a tese descreve como um "silêncio social". As repercussões são graves: "Mesmo quando um rapaz quer assumir um papel ativo como pai de seu filho, as instituições sociais -desde as responsáveis pela coleta de dados demográficos ou as ligadas às áreas jurídica e de saúde, passando pelas escolas, as ONGs que lidam com sexualidade na adolescência e as Forças Armadas- parecem recusar-lhe essa assunção." Diante desse impedimento empírico, o trabalho de pesquisa de Jorge Lyra voltou-se, primeiro, à problemática do "silêncio" e, segundo, à formulação de uma estratégia para a superação do problema. Resultado: Lyra montou um projeto de intervenção e ganhou uma bolsa da Fundação MacArthur para "criar um serviço que acolhesse pais jovens e adolescentes e que sensibilizasse adultos sobre a questão". Será em Recife (PE) e terá o nome Programa de Apoio ao Pai Jovem e Adolescente (Papai). (FR) Texto Anterior: Consenso não basta Próximo Texto: Alagamento arrasa parte sul do Pantanal Índice |
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