São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Cragnotti, da Itália, poderá comprar a marca Batavo

FLÁVIO ARANTES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Pelo menos 12 grupos estão negociando com a CCLPL
Gragnotti, da Itália, poderá comprar a marca Batavo
A CCLPL (Cooperativa Central de Laticínios do Paraná), que comercializa a marca Batavo, pretende anunciar nas próximas três semanas a associação com um grupo estrangeiro do ramo de alimentos.
A marca Batavo detém cerca de 10% do mercado nacional de iogurtes -carro-chefe da produção da CCLPL. O mercado é liderado pela Danone, com cerca de 28%, seguida pela Nestlé, com 21%.
Segundo a Agência Folha apurou, a CCLPL negocia com pelo menos 12 grupos diferentes, entre eles, o italiano Bombril & Cirio.
Na última terça-feira, o presidente de empresa, Sergio Cragnotti, anunciou em Mônaco que o grupo vai comprar ainda este ano uma indústria brasileira do setor de alimentos, mas não deu mais detalhes da negociação. Cragnotti disse que pretende investir entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões na aquisição.
Sócio estrangeiro
A direção da CCLPL não nega que esteja estudando uma associação, mas se recusa a dar detalhes das negociações.
A central industrializa a produção de aves, suínos e leite das cooperativas Arapoti, Batavo e Castrolanda, que faturam juntas mais de R$ 700 milhões.
As três cooperativas e a CCLPL devem se fundir em uma só empresa, que terá a parceria de um grupo estrangeiro.
"A tendência é virar uma coisa só, fundidas numa sociedade anônima", afirmou Carlos Humberto Mendes de Carvalho, presidente do Sindileite (Sindicato da Indústria de Laticínios e Derivados do Estado de São Paulo). O sócio estrangeiro da CCLPL deve ser majoritário na nova sociedade.
A central tem capacidade de processamento de 33 milhões de litros de leite por mês, metade fornecida pelas três cooperativas e a outra metade pelo grupo Agromilk, de Santa Catarina, e que pertence à central.
Além de dar uma solução à dívida estimada pelo mercado em cerca de R$ 70 milhões, o objetivo da CCLPL, ao se associar a um grupo estrangeiro, é fortalecer sua posição num mercado cada vez mais dominado por multinacionais.
"É a globalização. As grandes têm como brigar; as pequenas, não", afirma o presidente do Sindileite.
Carvalho cita o exemplo da Alemanha. Segundo ele, na década de 70 existiam naquele país 3.500 cooperativas. "Hoje, são apenas 16, com tendência de no ano 2000 serem apenas quatro."

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