São Paulo, quarta-feira, 8 de outubro de 1997
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Michelle Smith critica antidopings

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

Grande estrela do Troféu Brasil de natação, que começa hoje, no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, a irlandesa Michelle Smith, 27, entende-se como um dos exemplos que mudou a natação feminina nesta década.
Treinada pelo marido, Erik De Bruin, entrou para a história de seu esporte ao conquistar três medalhas de ouro na Olimpíada de Atlanta-96, além de um bronze.
Contratada pelo Minas Tênis, Michelle nadará os 200 m e 400 m medley, os 100 m borboleta e os revezamentos 4x100 m e 4x200 m livre e 4x100 m quatro estilos. E disse à Folha, por telefone, que espera vencer todas as provas.
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Folha - Você recebe muitos convites para competições internacionais. Por que decidiu vir ao Brasil?
Michelle - Nadei na maioria das vezes na Europa; vir para cá é uma oportunidade de conhecer a América do Sul. Além disso, o clima aqui nesta época é mais adequado para eu fazer meus treinos. Estou apenas começando, depois de duas semanas de descanso, desde o fim do Campeonato Europeu.
Folha - Você só se tornou realmente conhecida depois da Olimpíada de Atlanta. Como era sua vida de nadadora irlandesa antes?
Michelle - Tinha sido quinta no Mundial de 1994, além de segunda mais rápida do mundo nos 200 m e 400 m em 95. Sempre fui a única nadadora de destaque na Irlanda. Só ficaram mais felizes ainda com os ouros de Atlanta.
Folha - O fato de terem suspeitado de que você teria nadado dopada na Olimpíada atrapalhou seu rendimento depois dos Jogos?
Michelle - Acho que fui testada mais do que a maioria das pessoas, e não gostei nada disso. Me incomodou e incomoda ainda, mas provei que depois dos testes eu ainda posso nadar muito rápido.
Folha - Por quê você acha que "pegaram no seu pé"?
Michelle - Não sei se os norte-americanos não queriam aceitar que alguém fosse tão bem quanto a estrela deles, a Janeth Evans, que também conquistou três ouros e é a melhor nos 400 m livre.
Folha - O que você acha da natação feminina atualmente?
Michelle - Cada vez mais competitiva. As mulheres estão nadando por mais tempo, é o meu caso.
Antes, paravam aos 18, mas descobrimos que podemos fazer da natação um meio de vida, se nos mantivermos em forma e acreditarmos que ainda podemos vencer. Comecei a nadar aos nove anos e não sei quando vou parar.
Folha - Você pretende quebrar recordes neste Troféu Brasil?
Michelle - Não sei. Vou fazer o meu melhor e tentar vencer tudo.

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