São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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'Sem camisinha, nada feito'

DA SUCURSAL DO RIO

Alessandra Rocha da Silva, 23, e Alexandra R., 24, que trabalham na praça Tiradentes (região central do Rio), afirmam que não fazem sexo sem preservativo com os clientes.
"Sem camisinha, nada feito. Outro dia, um cara queria me dar R$ 100 pra ir sem camisinha. Eu falei que, sem camisinha, nem por R$ 1.000", diz Alexandra. As duas cobram, em média, R$ 30 por programa.
Muitos clientes não querem usar preservativo, afirmam elas. "Eu diria que, de 100, 20 não querem usar", diz Alexandra.
O argumento dela para esse caso: "Você pode não ter (Aids), mas sabe lá seu eu não tenho?"
Normalmente, segundo as duas, os hotéis da região já incluem no preço do quarto (R$ 10) a entrega de um preservativo.
Alessandra e Alexandra afirmam que se prostituem para ajudar no sustento de seus filhos. "Muitas pensam em ganhar dinheiro para ir para o morro cheirar (cocaína). Eu só penso no meu filho", diz Alexandra.
Ela diz que namora com um cliente de 21 anos. Ao ficar estabelecido o namoro, o rapaz deixou de usar camisinha.
Alessandra é casada, tem dois filhos e diz que o marido sabe que ela se prostitui há sete anos. "Ele era freguês meu."
As prostitutas não costumam dizer se estão contaminadas com o vírus, mas, de seis meses para cá, quatro já morreram em decorrência da Aids, afirmam.

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